quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

A menina e o Mal

De minha autoria, inspirado no livro "A menina que roubava livros"....

A menina caminha
pela rua da vida
o barbante na perninha,
a alma já partida.
Um anjo sem asas.
Um tiro na memória,
mudança na história
de todas as coisas.

A menina chora
uma lágrima de sangue,
pranto do desespero.
E a lágrima roIa,
e cai, e fica...
no fundo do mangue.
Tudo por um erro.
Tudo pelo fio da faca.

A menina pensa saber
para que servem as bombas.
"bumm", "plum", "cabum".
Mas elas são mais:
ferir, separar, morrer.
A paz fez "cabum",
e se perderam as pombas.
A guerra se fez de coisas banais.

A menina grita
e o eco da morte
chega ao campo de batalha,
estancando o combate.
Mas sua voz é fraca e irrita
a poderosa senhora do "front".
Com o auxílio da navalha
recomeça-se o embate.

Mas eis que surge
a esperança de paz.
Como um raio que desce
de uma estrela longínqua,
ou como um animal que ruge.
Apenas a menina é capaz
de ver como isso nasce,
apesar das lutas ambíguas.

E o duelo começa.,
sem pai, tia ou irmão.
Vida "versus" violência.
A menina contra o mal do mundo.
Ela não tem pressa,
não tem roupa, casa ou pão.
A seu favor apenas a humana benevolência,
buscando suas raízes no fundo.

Ilhéus, Paris, Athenas...
cidades do mundo inteiro,
sofrem da mesma doença,
agonizam do mesmo jeito.
Mas em suas mãos pequenas,
a menina tem o canteiro,
onde- floresce a boa presença,
o mesmo amor que traz no peito.

O mundo deseja sim,
que a menina vire médica,
enfermeira de campanha,
remédio do mal geral.
Mas ela quer o fim,
sem luta, sangue ou dialética,
sem grito, soberba ou barganha.
A menina venceu o mal.




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