domingo, 28 de setembro de 2008

Fashion, Eu?


"A moda, afinal, não passa de uma epidemia induzida."
George Bernard Shaw

Bom. Bom. Bom. Teminha mais polêmico esse: MODA.
Estar na moda é a principal preocupação de muita gente. Digo muita gente porquê há muito tempo moda já deixou de ser coisa só de mulher. Homem também tem que estar “in”.
A sociedade moderna impele cada vez mais o individuo à massificação seriada. Transformar tudo num único padrão é um paradigma moderno com raízes bem profundas que, remetem, talvez, à antiguidade clássica, à organização sistematizada dos Exércitos Romanos.
Hoje somos todos repetição de outras épocas.
Mas deixando de lado este aspecto, ainda há outro mais relevante.
Vestir sempre foi uma opção pessoal. Sua indumentária reflete seu lado personalístico. A roupa também é um código, uma mensagem. Basta saber interpretar.
Não tenho profundos conhecimentos sobre história da
moda, mas pretendo “levantar uma lebre”: por que hoje a moda (alta costura) transformou a mulher em algo tão andrógeno, à margem do feio?
Assisto filmes clássicos e vejo atrizes como Rita Hayworth, Audrey Hepburn, Marilyn Monroe, Bette Davis, Elizabeth Taylor vestidas em modelos Chanel, Dior...que favorecem a elegância e leveza do lado feminino, tornando a mulher uma fêmea, em essência e corpo. Não expõem seios ou bundas, não misturam cores estranhas, não utilizam matéria prima esdrúxula. Apenas evidenciam a mulher.
Isso é moda.
Isso é um paradigma passível de reprodução. Não a modelo esquálida, entupida de maquiagem pesada, envergando um vestido que mais parece ter saído de uma máquina de picotar papel.
Observando isso, passei a me questionar quando algo visívelmente tão belo deixou de ser padrão para tornar-se caricatura. Mas, foi uma observação de minha avó que me acendeu a luz no fim do túnel. Segundo a filosofia dela, que também fiz minha, a moda mudou quando deixou de ser feita “de mulher para mulher”.
Quando os homens entraram no mercado da moda, a mulher passou a ter outro tipo de imagem. Raros foram os estilistas que atrelaram seu trabalho àquele padrão anterior. Na busca por um novo modelo, perderam de vista as formas classicamente femininas, transformando as mulheres em qualquer outra coisa, menos no que podemos chamar de “MULHER”.
Deus do Céu, quem teria coragem de sair na rua ou ir trabalhar vestida numa roupa que mais se parece com a cúpula de um abajour ou um trevo de 4 folhas? Um horror!
Estar na moda não é tornar-se cego, aceitando o mal gosto e tendências duvidosas como um pressuposto para que seja aceito em determinado grupo social.
Estar na moda é, antes de tudo, estar bem consigo, definir sua personalidade, expor seus pontos de vista e crenças.
Quem realmente “está na moda” nunca será “Maria vai com as outras”.
E você, está na moda ou com as “outras”?
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quinta-feira, 18 de setembro de 2008

O relógio e a bota 7/8


Sabe, algumas vezes uma caneta e uma folha de papel são os melhores amigos que podemos ter. Digo isto porque deles não precisamos ter vergonha ou esconder nossos mais secretos sentimentos. Minha mente flui através das palavras num vai e vem constante e evolutivo. Mil e uma lembranças, mil momentos, mil coisas feitas e outras tantas por fazer, mil mágoas, mil alegrias. Tudo guardado dentro do peito. Coisas que sufocam, coisas que libertam.
Sentir-se em paz é complicado. O ser humano é bélico por natureza. Luta até contra si próprio. Contradiz o que sua própria boca pronuncia. É vão, insípido, translúcido.
Sempre nos preocupamos ou valorizamos coisas diferentes. Afinal nenhuma essência é igual. Pode se dizer que somos como perfumes: todos compostos por diferentes notas.
Então como poderíamos pensar igual?
Uma mesma coisa pode ter vários significados; depende apenas do ponto de vista de quem a está analisando. Daí surgem divergências funestas, abismos colossais. O que para mim é essencial, para você pode ser desnecessário. Tudo depende da sua visão de mundo, suas crenças pessoais.
É muito difícil não projetarmos no outro o que realmente pensamos. Não raro compramos um presente para um amigo imaginando ser do seu agrado, quando na verdade estamos apenas escolhendo baseado no que nós próprios gostaríamos de ganhar.
Alguns podem chamar de narcisismo; outros de egoísmo. Mas eu discordo. Não se trata nem de uma coisa, nem outra. Simplesmente nos preocupamos tanto em agradar àqueles com os quais nos identificamos que julgamos ser do seu gosto algo que seria do nosso. Mas isso não ameniza a frustração de ganhar um relógio de parede ao invés de uma bota 7/8. Apenas torna a coisa mais clara, coloca em perspectiva.
Somos diferentes porque precisamos ser diferentes. É a pluralidade que traz a evolução. As diferenças somam, acrescentam, enriquecem.
Saber conviver em equilíbrio é a verdadeira arte, o verdadeiro desafio.
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terça-feira, 16 de setembro de 2008

Eu e Anais



"Quando ele está sentado ali, sinto que posso ver sua mente como posso ver seu corpo, e ela é cheia de labirintos, fértil e suscetível. Fico carregada de adoração por tudo que sua cabeça contém e pelos impulsos que sopram em rajadas."
Anais Nin em Henry & June


Um dia Anais Nin surgiu em minha vida.
Sei exatamente como. Sou fã da série de Tv “The OC” e, ao assistir a 4ª Temporada, comecei a reparar em como o nome da escritora aparecia sempre citado pela personagem Taylor.
Fiquei curiosa e resolvi ler Anais. Encantei-me. Seus textos são tão reais que sentimos seus dilemas e sofrimentos como se fossem os nossos.
Primeiro veio “Henry e June”. Uma busca de identidade cheia de percalços e fantasias. Uma intrincada teia de emoções.
Depois foi a vez de “Pequenos Pássaros”, que através de suas curtas narrativas, mostrava os mais recontidos desejos da alma humana.
Então cheguei ao “Delta de Vênus”. Realmente algo diferente. Imagino como deve ter sido complicado naquela época escrever e publicar algo desse tipo. Uma coisa muito audaz, afinal sexo sempre foi um tabu social.
È uma pena que apenas uma pequena parte de sua obra tenha sido traduzida para o português.
Lembro-me de que ao comprar o primeiro livro, senti-me incomodada com o fato de estar escrito na capa: “Histórias Eróticas”. Achei pejorativo. Algo que não combinou com o teor do conteúdo. Isso porquê é muito comum associar erotismo com coisas de baixo nível.
Os livros de Anais não falam somente de sexo e fantasias. Eles trazem dilemas psicológicos aprofundados. Exteriorizam uma gama infinita de possibilidades cotidianas. Coisas as quais não paramos para mensurar ou questionar.
Portanto, ao ter em mãos um livro de Anais Nin, não o julgue pela capa. Deixe a mente fluir em suas linhas. Tente pensar como ela pensava, naqueles tempos. Assim terá uma surpresa.
Talvez, nas palavras de Anais, você encontre mais verdade do que no maior best seller de auto-ajuda que você já leu.
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sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Chacal




“Morro de amor
e mordo diamante
Dos cacos dos meus dentes sangrando
Faço um cordão pra enfeitar a sua fantasia.”

Poema Latas Vazias by Chacal



Quando li estes versos pela primeira vez vislumbrei um amor de possibilidades infinitas, um amor sem limites.
Foi tão realista e ao mesmo tempo tão visionário que fiquei confusa.
Será mesmo que alguém faria o que Chacal propunha?
Um amor como este permeia o sonho de muita gente nesse mundo, quiçá em outro.
Pois bem, posso me considerar felizarda. Encontrei um amor, de alma grande e coração puro. Um amor valente, forte e audaz. Um amor realmente capaz.
Como fiz isto? Até hoje não entendo bem. Apareceu do nada, por nada, num dia de inverno. Esquentou meus momentos, me fez rir e flutuar.
Privilégio? Sim!
Afinal já tenho todas as fantasias enfeitadas por cordões.
E você, vai esperar que seus dentes caiam por medo do mundo?
Não, não deixe que isso aconteça.
Procure seu amor. Quem sabe ele/ela não está ao seu lado e você ainda nem se deu conta.
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segunda-feira, 8 de setembro de 2008

O lado Negro da Força



Assistência Social. Muita gente realmente desconhece a profundidade do significado destas palavras.
No Brasil, quando se fala sobre este assunto, lembra-se logo de programas sociais de assistência como o Bolsa Escola e o Bolsa Família. Mas estes não são nem de perto a totalidade da abrangência do termo Assistência Social. São apenas a ponta do iceberg. A parte bonita da coisa. Sim, porque não estamos falando de “Guerra nas Estrelas”, mas aqui também existe um lado negro da coisa.
A grande maioria dos brasileiros desconhece o fato de que existem em cada município do país, um Conselho Municipal de Assistência Social. Qualquer cidadão pode ser membro, desde que seja eleito para o cargo de Conselheiro.
Pois bem, tais Conselhos tem como proposta ajudar a fiscalizar as finanças públicas destinadas a esta área, formular políticas para melhoria do emprego dos recursos, sugerir projetos de lei para avanço nas questões de desigualdade sociais, discriminação e miséria.
Uma nobre causa. Algo realmente altruísta e humanitário, sem remuneração financeira. Um ideal enaltecedor, não fosse o dedo pobre do homem ambicioso e sedento de poder.
O que vou relatar agora é fato. Fui participar de um Congresso, de um desses Conselhos de assistência Social. Não direi onde e depois vocês entenderão porquê.
O evento aconteceu o dia todo, tendo a parte da manhã sido destinada às palestras. Tudo envolvendo temáticas ligadas à melhoria da qualidade de vida dos deficientes. Tudo Ok. Durante à tarde, ocorreram os trabalhos em grupo e, posteriormente, a apresentação de propostas. A plenária escolhia as mais interessantes, que constariam de um texto final a ser apresentado em um outro Congresso, e depois encaminhado às autoridades competentes. Haviam representantes de todos os segmentos: sociais, governamentais e privados.
As propostas se sucederam em uma velocidade absurda, com explicações superficiais e raramente contestadas.
A coisa ia assim, até que se tocou na questão do Transporte. Houve uma rebelião. Não sei se o leitor já ouviu falar de um sistema de transporte chamado “Transporte Cidadão”. Bem, se não ouviu, explico: é uma espécie de Cala Boca, oferecido por empresas de transporte coletivo urbano. Elas disponibilizam uns poucos veículos adaptados para deficientes, que transportam, gratuitamente, os que necessitam de atendimento médico hospitalar. Assim parece até bom. Mas porque disse que era um Cala Boca? Porque assim os empresários não adequam o restante de sua frota de veículos às necessidades de quem é especial. Poupam dinheiro e obrigam os deficientes à humilhante condição de quem “mendiga”, desconsiderando o direito constituído por lei, que todo brasileiro tem de ir e vir.
Voltando à rebelião. Sugeriu-se que fosse extinta a necessidade de agendamento prévio (sim, porque ainda tem isso) para a utilização do serviço. A plenária confabulava, quando uma representante da empresa de ônibus manifestou-se e soltou a seguinte máxima: “Assim não dá, as pessoas são irresponsáveis. Vai virar uma bagunça. Brasileiro não sabe ser organizado”. Agora pasmem: a mulher era deficiente física, paraplégica! Dá pra acreditar? Fiquei tentada a perguntar se o nome dela era Joaquina Silvério dos Reis, pois qualquer semelhança com o traidor de Tiradentes não seria mera coincidência.
Bom, não sei de que brasileiro ela estava falando. Devia ser ela mesma. Pois nada é mais ilógico do que uma pessoa que faz fisioterapia todos os dias, precise ligar diariamente para marcar o lugar no ônibus. Isso é incoerência.
A coisa não parou por aí. Eis que surge o herói. Um velhinho, deficiente físico, levanta-se e grita: “Peraí. Não tem nada de ligar não. Isso é besteira. Tem sim que adaptar todos os ônibus à realidade de quem é deficiente”. Aí o burburinho se instalou. A mesa não sabia o que determinar. É aí que se vê a vilania humana: para não ir de encontro à posição da empresa, o relator da mesa determinou que constasse no relatório final apenas sugestão do aumento da frota adaptada. Nenhuma menção ao “Transporte Cidadão”.
Comecei a estranhar mais ainda a velocidade como as questões eram apresentadas e votadas. Então entendi o porquê: eles queriam chegar logo à parte da eleição do Conselho.
Terminada a votação das propostas, veio o pulo do gato: o relator da mesa anunciou que havia um lanche disponível para os participantes, servido no salão aos fundos do auditório. Nem precisa dizer que a multidão debandou para a Boca Livre.
Então chegou a hora da cartada final: com muito menos de 1/5 deu-se início à votação. Imaginem que dos que ficaram mais da metade era candidato. Imaginem ainda que os que ficaram para votar foram surpreendidos com a notícia de que os próprios candidatos escolheriam entre eles quem seria eleito. Nunca vi uma coisa tão surreal. Nesse ponto me perguntei: “Onde ficou a democracia depois de oferecido o pão e o circo?”
Em que acabou? Vocês nem vão acreditar. De todos os candidatos (que eram 31), apenas um não foi eleito. Agora sabem por quê? Haviam 30 vagas, e se tirou no papelzinho quem seriam o único a não entrar para o Conselho.
Mas você deve estar queimando os neurônios para entender porquê tantos queriam os cargos de conselheiro, se não são remunerados. A resposta é simples: poder de influência. Imagine fiscalizar as finanças públicas de uma área como Assistência Social? Imagine que teria o poder de denunciar qualquer ato de corrupção. Daí você já entendeu onde isso pode chegar. Tudo leva ao mesmo ponto convergente: a ambição humana.
Não estou querendo dizer que todos os participantes se deixarão levar pelo lado negro da força. Mas o que se esperar depois de tudo isso?
Muita coisa. Há aqueles que lutam em prol de seus ideais e convicções altruísta. Suas vozes não poderão alcançar o necessário enquanto a ambição sobrepujar a nobreza humanitária. Eu estarei lá quando este dia chegar, e verei direitos serem distribuídos ao invés de pão; e debates aprofundados e eleições verdadeiras, invés de circo.
E você, onde estará?
Assistência Social, a ponta do Iceberg.
Agora você já sabe porquê não posso dizer onde isso aconteceu. É vergonhoso demais.
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quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Priscila no Brasil

Paradas Gays.
Há muito quero escrever sobre este tema, mas ao mesmo tempo evito.

É um tema polêmico e um tanto quanto delicado. Nos dias de hoje, basta qualquer palavrinha errada para sermos logo taxados de “Homofóbicos”.
Não quero, de maneira nenhuma, desmerecer ninguém por sua orientação sexual. Com quem nos relacionamos é algo pessoal, íntimo de cada um. O livre arbítrio está aí para isso mesmo.
O que quero debater é sobre a real necessidade das Paradas Gays. Como evento festivo, são, sem sombra de dúvida, muito alegres e contagiantes. Mas, ao olhar de fora , sempre me questionei sobre sua real funcionalidade.
Distribuir camisinhas, cartilhas e panfletos. Orientar, informar, educar, prevenir, realizar exames rápidos. Com certeza nobres objetivos.
Mas será mesmo necessário realizar um outro carnaval para fazer isso?

Bom, não sei se sabem, mas o Governo Brasileiro é o principal patrocinador das Paradas Gays. Existem verbas específicas para isso. Para se ter idéia, apenas a Parada Gay de São Paulo Edição 2008 recebeu R$ 920 mil reais dos cofres públicos do município e da federação, além de receber incentivos financeiros de estatais como a Caixa Econômica Federal e a Petrobrás.
Além disso, o número de paradas gays está aumentando a cada ano no Brasil tendo ultrapassado a marca das 100 em 2006. Hoje, nós somos o país com o maior número de paradas gays do mundo!
Agora pergunto: Se falta dinheiro para tantas coisas como escolas, remédios, policiamento, hospitais, habitação, saneamento básico, de que maneira podemos gastar milhões e milhões de reais com uma festa ?
Isso não faz sentido!

Concordo que os gays sofrem preconceito e discriminação. As paradas vieram com o intuito de exacerbar o orgulho gay, defendendo os direitos de uma minoria, até então reprimida, e colocada à margem da sociedade.
Conseguiram. Mas agora chegou a hora de acontecerem, única e exclusivamente, com o patrocínio da iniciativa privada.

Foi muito justo o governo dar o primeiro impulso para que esses movimentos acontecessem mas, chega de empregar recursos públicos nisso.
A verba pública que é oriunda do pagamento de impostos do trabalhador deve ser destinada para o bem comum, como a construção de escolas, de unidades de saúde e saneamento básico, tudo mais que atinja a coletividade, o maior número de pessoas possíveis. Em momento algum, independentemente de seu credo ou orientação sexual, devemos esquecer disso.


  • Quantas escolas se fariam ou reformariam com o dinheiro destinado às paradas gays?
  • Quantos hospitais e postos de saúde?
  • Quantas crianças poderíamos alimentar?
  • Quantas casas populares poderíamos erguer?
  • Quantas redes de saneamento básico poderíamos ampliar?
  • Quantos medicamentos e vacinas poderiam ser disponibilizados às pessoas de baixa renda?

Ser gay não é, nem nunca será prerrogativa para ser menos capaz.
Mas ser analfabeto ou subnutrido, sim!

Então o que vale mais:
O trio elétrico tocando “I Will Survive” ou a criança que passa fome no Nordeste?
Falta colocarmos os pesos e as medidas.
Até que ponto é justa a atual equação:

Liberdade Sexual + Direitos Iguais = Financiamento Público?

Fica a indagação!




"Se a liberdade significa alguma coisa, será sobretudo o direito de dizer às outras pessoas o que elas não querem ouvir."

George Orwell - Escritor

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