1º A Igreja
2º O Governo
3º O Povo
4º A Imprensa
5º O Terceiro Setor
Tudo bem. Até o 4º você com certeza já cansou de ouvir falar. Porém, o quinto (que entra merecidamente nessa listagem) realmente chegou para ficar.
Preenchendo lacunas ou criando novas áreas e formas de atuação, as ongs desenvolvem um papel vital neste tão conturbado mundo globalizado. Seja assistindo às crianças ou idosos, defendendo animais em extinção ou zelando por patrimônios históricos e culturais, elas transformam significativamente a comunidade, bairro, cidade, onde estão inseridas.
A história da evolução ongueira mistura-se muito com a luta pelos direitos humanos e perpassa pela ascensão do assistencialismo meramente caritativo. As antigas damas de caridade abrem alas para os modernos multiplicadores.
O terceiro setor há muito que deixou de ser alternativo, hippie e mal organizado. A ordem do momento é seriedade e compromisso. Tudo com uma generosa pitada de solidariedade.
Nos países em desenvolvimento, o terceiro setor cresceu (e ainda cresce) em ritmo acelerado. As demandas não suportadas pelos governos abarrotam as ongs.
Concordo que ongs supram necessidades governamentalmente negligenciadas, mas já não podemos mais encará-las como “muletas” do estado.
É necessário que os organismos da sociedade civil sejam vistos como parceiros, aliados, colaboradores. E não como escoras, suportes, cabides.
Mas não posso falar sobre ongs sem mencionar um aspecto que muito me incomoda: a utilização inescrupulosa.
Sim, sim, sim. Isso me deixa profundamente irritada. Utilizar algo de origem tão bem intencionada e purista para maquinar falcatruas é no mínimo falta de respeito ao próximo.
Num mundo em que se propagam rótulos, um único exemplar corrupto põe a perder toda uma rede. Não raro encontramos pessoas que, erroneamente, propagam a ideia de que ong é mamata para político, fachada para golpistas e estelionatários.
Pior do que ver um leigo destrinchar esse novelo, é aceitar que pessoas ditas eruditas se posicionem da mesma forma em relação à questão. Como tudo nessa vida, no Terceiro Setor também há o joio e o trigo. Cabe a nós sabermos discernir o que é falso daquilo que realmente é para valer.
Ser voluntário, trabalhar no Terceiro Setor, deveria ser inerente à humanidade, uma espécie de exercício sublime de desapego, solidariedade e sensibilidade. Mesmo o mais cínico dos seres humanos fica incomodado e vira o rosto ao ver o sofrimento de alguém estirado no chão. Esse exercício de se colocar na pele do outro, conhecido como compaixão, é natural do ser humano. E está em alta, segundo a percepção de especialistas no assunto. Grandes corporações têm adotado o discurso da sensibilidade social para agregar valor a suas marcas porque perceberam que a sociedade considera isso cada vez mais importante. É o famoso Marketing Social.
Ajudar pessoas cujos destinos não afetariam a vida de quem estende a mão a elas, é ser solidário, é responder ao apelo ético interior. Mas isso se trata de um processo que implica muitas vezes em uma longa aprendizagem, pois a grande tendência do ser humano é ser egocêntrico. Costumamos ser generosos apenas com familiares e pessoas que fazem parte do nosso ciclo de convivência cotidiano.
O verdadeiro humanismo evidencia-se quando entendemos como a tragédia do outro pode nos afetar. Assim, a solidariedade passa a abranger a ideia de que cuidar é garantir o nosso próprio futuro. Talvez isso se torne mais claro quando lidamos com questões de cunho ambientalista. A consciência ecológica é uma das formas de solidariedade mais profundas que existem atualmente, pois a preocupação em preservar toda a biosfera para futuras gerações é um ato de extrema generosidade.
É cientificamente comprovado que ajudar ao próximo faz bem ao próprio funcionamento fisiológico do corpo humano. A moeda de troca emitida pelo corpo humano ante o stress verdadeiro de ajudar outra pessoa são neuro-hormônios como serotonina e dopamina, ambos ligados à sensação de bem-estar. Estudos apontam que o exercício da cidadania solidária promove ainda a produção de endorfina, que possui características analgésicas. Dessa mistura de substância é gerada a sensação de prazer, alívio e leveza de espírito que sentimos quando ajudamos alguém que necessita.
Logo, voluntariar-se traz tantas ou mais recompensas quanto benefícios ao próximo. Faz sentimo-nos plenos e necessários.
É por acreditar nisso que convido você a conhecer e participar da Rede Mundo Melhor, uma organização não-governamental que prima pela igualdade e luta por dignidade de vida para todos.
Então o que está esperando?
Entre nessa onda você também!