quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Continências aos nossos atletas

Os Jogos Olímpicos chegaram e trouxeram com eles várias medalhas para o Brasil.
E assim, fica impossível não mencionar o fato de que a esmagadora maioria dos atletas campeões são militares. São homens e mulheres que competem pela nossa Pátria, pelo orgulho da nossa Nação.
Mas, a palavra militar não passou despercebida por aqueles que ainda fazem das Forças Armadas, o bicho papão da democracia. Sem medir esforços, ao empreenderem ações levianas, chegaram ao disparate de comparar as continências prestadas pelo nossos desportistas à bandeira nacional durante a cerimônia de entrega de medalhas a atos da extinta URSS e da Coréia do Norte.
Um descabimento que serve apenas para demostrar a total insanidade por trás da ideologia falida que essa corja defende.
Ao redigirem notas e matérias, "coleguinhas" omitem informações fundamentais sobre o programa de incentivo ao esporte das Forças Armadas e evidenciam as críticas daqueles que atacam o programa, como foi o caso do técnico do ginasta Arthur Zanetti, Marcos Goto, que presenteou o povo com a seguinte pérola: 

"Pegar atleta pronto é muito fácil. Quero ver apoiar até a criança chegar lá. O dia em que os militares fizerem escolinhas e apoiarem iniciação esportiva, apoiarem treinadores, aí vou tirar o chapéu. Por enquanto, não."

Muitos veículos foram bastante ágeis em reproduzir a declaração acima. 
Mas poucos foram aqueles que, humildemente, publicaram a retratação do mesmo técnico:

"De jeito nenhum foi uma crítica ao que os militares fazem. Hoje fiquei sabendo que existem projetos que fomentam o esporte. Para mim é uma alegria saber."

Assim como Marcos Goto, muitos brasileiros não sabem como surgiu e nem como funciona o Programa das Forças Armadas para Atletas de Alto Desempenho.
Criado em 2008 e desenvolvido pelas Forças Armadas Brasileiras, a iniciativa é uma parceria entre o Ministério da Defesa e o Ministério do Esporte, onde são investidos recursos financeiros para o pagamento de salários e compra de equipamentos.

O foco inicial do projeto foram os Jogos Militares de 2011, também realizados no Rio de Janeiro, e não os Jogos Olímpicos de 2016, como muito jornalista inescrupuloso tem divulgado. De lá pra cá, só tem rendido bons frutos. Conseguimos o primeiro lugar no quadro de medalhas na Olimpíada Militar em 2011. Depois, nos Jogos Militares seguintes, em Pequim, alcançamos o segundo lugar, com um total de 84 medalhas, ficando atrás apenas da Rússia.
Os atletas que fazem parte do programa são voluntários e entram nas Forças Armadas por meio de um edital público. Depois de aceitos, precisam apresentar anualmente resultados de alto nível para permanecer no projeto por um período máximo de oito anos. Esse é o grande diferencial entre um atleta civil e um atleta militar: compromisso. Eles recebem a patente de 3º Sargento, além de todos os benefícios de militares: soldo (Salário), 13° salário, plano de saúde, férias, assistência médica e todas as condições e equipamentos necessários para treinamento. Em troca, assumem a responsabilidade de honrar o investimento que a nação está fazendo neles.
145 dos 465 atletas brasileiros nos Jogos Olímpicos do Rio 2016 são militares, e já há um plano para que o projeto se estenda até as Olimpíadas de Tóquio em 2020, além de incluir os Jogos Mundiais Militares de 2019.

Outro ponto chave em toda essa celeuma criada por alguns profissionais de comunicação foi a questão da formação de atletas de base. Vários jornalistas e colunistas omitiram, ou pior tiveram preguiça de pesquisar, a verdadeira informação: as forças armadas tem sim um programa de incentivo ao esporte de base. No "Forças do Esporte" são atendidos 21 mil crianças e adolescentes de 6 a 16 anos, em mais de 80 cidades do país. 
Atualmente, incluindo os atletas olímpicos da Rio 2016, o Programa Atletas de Alto Rendimento apoia 670 esportistas, com um investimento que, este ano, deve girar em torno de R$ 43 milhões. Um valor bem aquém dos R$ 122 milhões recebidos pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos, para financiar esportistas de apenas cinco modalidades: natação, polo aquático, maratona aquática, nado sincronizado e salto ornamental. 90% deste valor foi fornecido pelos Correios, um valor astronômico levando-se em conta o rombo gigantesco nas finanças dessa estatal. Com tamanho investimento, a expectativa era de pelo menos repetir o desempenho de Pequim ou Londres, quando o país recebeu duas medalhas em cada um dos Jogos. Mas nenhum dos atletas patrocinados pela Federação Aquática recebeu medalha na Rio 2016.
Quanto à constante aparição de atletas prestando continência em pódios olímpicos, vale ressaltar que todo militar é obrigado, pela disciplina e normatização militar, a prestar continência ao pavilhão nacional (bandeira) em eventos e cerimônias públicas. 
Isso consta no Decreto Presidencial nº 2243, de 03 de junho de 1997, publicado durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, que dispõe sobre o Regulamento de Continências, Honras, Sinais de Respeito e Cerimonial Militar das Forças Armadas. O capítulo III esclarece tudo o que diz respeito às continências, determinando expressamente em quais situações elas são cabíveis e imprescindíveis. Destacamos abaixo, aquelas que tem lugar na cerimônia de entrega de medalhas olímpicas.



Art . 15. Têm direito à continência:



I - a Bandeira Nacional:



a) ao ser hasteada ou arriada diariamente em cerimônia militar ou cívica; (...)

II - o Hino Nacional, quando executado em solenidade militar ou cívica; (...)


Surpreendentemente, um deputado federal do PT, Luiz Paulo Oliveira Nunes entrou com uma ação no Supremo Tribunal de Justiça Desportiva pedindo a exclusão do quadro de medalhas brasileiras dos atletas que prestarem continência durante a execução do hino na cerimônia de entrega de medalhas. 
Isso mesmo, você não leu errado. 
Thiago Braz
Ouro no Salto com Vara
Um deputado quer que o COI - Comitê Olímpico Internacional - retire as medalhas dos atletas militares. Caso a denúncia seja acatada, o Brasil terá o pior desempenho em uma Olimpíada. Um vexame pior do que o 7X1 da partida semifinal da Copa do Mundo contra a seleção alemã, em 2014.
A famigerada atitude desse deputado só serve para endossar os argumentos esdrúxulos e ridículos, segundo os quais os atletas estariam fazendo apologia ao regime militar. Fala sério! Todo atleta que é patrocinado civilmente, agradece, faz menção sempre que pode ao seu patrocinador e faz uso de uniformes e acessórios com a logomarca do "Mecenas". Caixa, Banco do Brasil, Correios, BNDS. Todos são órgãos que patrocinam atletas e utilizam-se dessa ferramenta para publicizarem positivamente suas imagens. Não vi nenhum atleta militar utilizar quaisquer símbolos das forças armadas em seus uniformes. Não os vi declarem-se favoráveis a ditadura ou tortura. O que vi, antes de mais nada, foram brasileiros orgulhosos de sua Pátria. Atletas que representaram toda a nação, fazendo de todos nós uma só vibração, um só coração.
A todos eles, nossas mais sinceras referências e agradecimentos.
Robson Conceição
Medalha de Ouro no Box

Arthur Zanetti (Prata) - Argolas

Arthur Nory (Bronze) - Ginástica de solo

Rafael Baby Silva (Bronze) - Judô

Rafaela Silva (Ouro) - Judô


Mayra Aguiar (Bronze) - Judô


Felipe Wu (Prata) - Tiro

Poliana Okimoto (Bronze) - Maratona Aquática

Thiago Braz (Ouro) - Salto com vara

Robson Conceição (Ouro) - Boxe

Barbara e Agatha (Prata) - Volei de praia

Martine Grael e Kahena Kunze (Ouro) - Vela feminina

Alison e Bruno Schmidt (Ouro) - Volei de Praia




Link para notícia sobre denúncia de deputado
http://afolhabrasil.com.br/escandalos/atletas-que-bateram-continencia-no-podio-podem-perder-medalha/

Link para notícia sobre a extensão do projeto das forças armadas para atletas de alto rendimento - Tóquio 2020
http://zh.clicrbs.com.br/rs/esportes/olimpiada/noticia/2016/08/forcas-armadas-planejam-manter-programa-com-atletas-para-olimpiada-de-2020-7287084.html

Link para Decreto 2243 de 03 de junho de 1997
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2243.htm

Link para notícia sobre Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos
http://espn.uol.com.br/noticia/622140_com-mais-de-r-122-mi-de-investimento-brasil-deixa-rio-2016-sem-medalhas-na-natacao

Link para vídeo sobre o assunto - Canal Conservadorismo e Verdade
https://www.youtube.com/watch?v=KDnjg7Nt7us

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