quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Falando em Minorias

Nas estradas por onde ando, onde paro e entabulo uma conversa, sempre acaba surgindo um assunto recorrente: a segregação das minorias. Muitos podem ver com bons olhos e até sentirem-se orgulhosos da criação e aplicação de políticas especiais para negros, índios, gays...Mas eu não.
Espera aí, não sou racista, nem homofóbica.
Explico, mas antes eu perguntinha: Será mesmo a institucionalização de direitos e leis específicos que vai nos garantir um mundo mais digno?
Of course not!
A segregação nunca foi o caminho da coletividade.
Ninguém amparado por leis segregacionistas pode se sentir incluído, mesmo porquê, antes de qualquer coisa, a ideia de inclusão e igualdade de direitos proporcionada por tal medida perpassa pelo reconhecimento da diferença, da estigmatização socialmente imposta. E assim sendo, como é possível acreditar que tudo isso é benéfico?
Em um mundo realmente digno, todos tem direito a tudo, deveres iguais, não importando sua raça, orientação sexual, religião, sexo ou idade.
É esse o verdadeiro princípio de uma sociedade justa e igualitária.
Não sei porque motivos as pessoas passaram a acreditar que devem unir-se nas diferenças, apenas para pleitear benesses para si próprias.
São os índios lutando pelos índios. Os negros pelos negros. Os gays pelos gays...e por aí vai.
Questiono a real necessidade disso pois, se todos lutássemos por todos, não haveria minorias.
Mas na revolução propagada pelo sistema atual, muitas vezes esquecemos da estratégia mais antiga utilizada em guerras e mais guerras: separar para conquistar.
É isso mesmo. A segregação é uma eficiente estratégia de domínio social. Só não enxerga quem não quer.
Vamos pensar mais amplo, com mais responsabilidade social, realmente preocupados com o OUTRO. Tudo precisa de um pontapé inicial. Mesmo que ele seja a demolição de paradigmas concretamente instituídos. Você deve estar achando que tudo isso não passa de uma utopia. Mas não é.
É possível construir uma calçada que sirva a qualquer pedestre?
Se fosse construída para que uma cadeirante, um cego, um idoso e uma criança andassem sem dificuldades, todos seriam beneficiados. Não será necessária a posterior implementação de recursos específicos para acessibilidade pois, a ideia de acesso a todos já perpassou por ela. Realmente vale fazer esta reflexão.
Lembremos que aceitar “caixas fechadas” pode até parecer mais fácil. Mas um dia a fita adesiva fica sem cola, e o que você será obrigado a enxergar pode não ser aquilo que imaginou durante todo esse tempo.
Bom, depois de tudo isso, já dou por explicada a minha declaração contra as políticas especiais.
Metáforas à parte, concordo plenamente com o que disse o Barão de Itararé:

“Não é triste mudar de ideia. Triste é não ter ideias para mudar.”

9 comentários:

X disse...

Quanto tempo meninaaa
que texto bacana, toh passando aqui e já
vi q perdi algumas postagens bem legais, ando sem tempo!!!
Boa quinta
bjuus

Ana Gabi disse...

Poxa, só você mesmo para escrever com tanta maestria sobre um assunto tão polêmico!

É exatamente isso que eu penso, mas um dia fui expor meu ponto de vista sobre a revista Raça em uma comunidade do Orkut e deu o que falar! E olha que posso falar com conhecimento de causa, pois sou descendente de negros, né?!

Abri a bocarra para dizer que lia a revista ocasionalmente, quando algo na capa chamava minha atenção, assim como qualquer outra revista. Não compro apenas por ser um editorial específico para descendentes de negros, né?!

Muitos afirmaram ser uma grande conquista. E assim me pergunto: mas que raio de conquista é essa que continua excluindo, segregando???

Quero ver o negro em outras revistas também, ora essa! O caminho não é fazer uma publicação só de negros e sim lutarmos para incluir nossa raça nas revistas consideradas de "brancos".

A iniciativa da Raça é ótima, mas não tem que ter revistas de negros ou revistas de brancos. É assim que eu vejo, né?

Qualquer dia vou fazer um post-desabafo sobre isso, hehe!

Saudades de passar por aqui... Este ano eu vou tentar postar regularmente e passear pelos outros blogs, como fazia "antigamente", hehe!


Tudo de melhor para você!

Beijocas!

mfc disse...

Mas a lei funciona como meta a atingir!
A lei acaba com a descriminação?!
Claro que não...
Apenas quando a situação protegida pela lei for interiorizada por cada um desaparecerá o estigma... mas entretanto a lei serviu de farol!

Unknown disse...

Olá Bárbara

Vc tem certeza que fui indicada? Fui até o menu e não encontrei o AMIGA DA MODA. De qualquer maneira agradeço a visita.
Estou te seguindo no TWITTER.

Beijo

Júlia Mello disse...

Aaaah, eu tinha feito um comentário enorme, mas a luz acabou e eu perdi!

Bom, só queria dizer que concordo com vc em princípio, mas não nos meios... mas entendo sua idéia. Seria tão melhor se a sociedade não se segregasse, se não existissem "minorias" (não gosto desse termo, mas vá lá) desrespeitadas!

Engraçado que fiz um post sobre isso no meu blog, e ainda não tinha visto o seu...

Beijos!

Guilherme Loureiro disse...

Exclusão, separação, divisão, o ser humano é assim e sempre será. Existem os que lutam contra, mas é uma luta, portanto tem-se vitórias e derrotas, próprias e sociais. Somente o dia que os homens* pensarem uns nos outros como seres e não como rótulo, roupas, status, é que as coisas serão diferentes. Muitos conseguem e são exemplos, mas infelizmente são poucos e pequenos em número, mas grandes na sabedoria!!!!
Ah! Queri aproveitar e te perguntar como eu posso colocar no meu blog um gadget como o seu que mostra todas as atualizações dos blogs q você segue! Aguardo retorno, e tem coisas novas no meu blog tbm.
BJUUU

Carolina Augusta disse...

Os pontos de vistas fazem a gente pensar e repensar sobre algo q esta debaixo do nosso nariz, e que mtas vzs fingimos n ver....

Tb detesto a palavra "minorias" rs


Mto bom seu blog. parabens!

Pedro Aruvai disse...

e eu.... concordo contigo! um grande abraço!

Francisco Renaldo disse...

Nós seres humanos estamos cada vez mais nos afastanto de tudo que nos tornam humanos. Concordo com você. Na verdade cada um vê o seu lado e deixamos o todo!

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