segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Uma ditadora chamada Barbie




Seios fartos, cintura fina, silhueta delgada, estatura alta. Eu poderia estar falando de qualquer Gisele Bündchen. Mas a nossa ditadora tem apenas 29,2 cm de altura.
Quando criou a Barbie em 1959, Ruth Handler, não poderia ter imaginado como um simples brinquedo poderia servir de padrão de beleza para milhões de pessoas.
Vendida pela primeira vez, em Nova York, a boneca, com um corpo de formas perfeitas, se tornou um sucesso imediato, vendendo mais de um bilhão de exemplares, em mais de 150 países, segundo a agência de notícias Associated Press.
A cada segundo, duas bonecas Barbie são vendidas em algum lugar do mundo.
Bom, se você até aqui pensou que eu escreveria uma biografia da Barbie, se enganou redondamente.
Este post é sobre um assunto um tanto quanto mais abrangente: a moda.
Cesar Millan

Já escrevi muitos posts sobre beleza, mas este terá uma conotação diferenciada. O que é pretendido, é elucidar porque milhões de pessoas espelham-se em ícones da beleza.
Os argumentos mais elementares são os estéticos. 

O visual sempre nos atraí. 
O belo seduz. 
Talvez porque ao nascermos, nos deparamos com tal diversidade de coisas que, só através de uma seleção conceitual nos tornamos capazes de nos centrar em “alguns” aspectos da vida. 
Como disse Cesar Millan: 


“Somos primeiro audição, depois visão, para em seguida ser olfato. Ao contrário dos cães que são primeiro olfato, depois audição e em seguida visão.”

Todos os dias somos expostos a milhares de estímulos visuais. A visão é o principal sentido explorado em qualquer peça publicitária. Não a toa, pois foi socialmente convencionada como o mais importante deles.
Sempre me intrigou a mágica por trás da construção dos referenciais de beleza.
Leigamente falando, minha ideia original era que alguém lançava uma moda por ser admirado. 



Por exemplo, digamos que em algum período remoto da nossa história, todos usavam capacetes com penas vermelhas porque um valente guerreiro usava. Então a ideia seria mostrar que ao usar o capacete, um homem comum poderia ser nobre, corajoso ou audacioso, como o próprio guerreiro. Mas toda essa concepção é bem elementar.


Na idade média, os muito ricos vestiam seda e enfeitavam suas roupas com peles valiosas. A maioria das pessoas vestiam roupas de lã e linho. Já as pessoas mais humildes vestiam-se com roupas feitas de pele de cabra carneiro ou lobo. A roupa era objeto de segregação e demonstração de poder.
A grande "sacação" foi de quem percebeu que poderia manipular isso visando objetivos bem específicos. 
Surgi então o reino da moda, onde quem deseja ser súdito tem que seguir religiosamente uma alucinada cartilha.
O resultado disso?
Hoje as saias são de cintura alta, amanhã você pode jogar todas elas na gaveta de roupas velhas, pois não servem mais, foram substituídas pelas saias midi.
Gisele Bündchen
Se a cor do momento for roxo, você vai a um evento e conta nos dedos as beldades que não estiverem vestidas de roxo.
São verdadeiros exércitos realizando o que poderíamos chamar de “Ordem Unida” da moda. 
Então torna-se natural que uma adolescente, em plena ebulição hormonal, queira ser a próxima Gisele. 
Não deveria.
Mas diante da massificação de esteriótipos, fica extremamente complicado ir contra os padrões estabelecidos.
Há algum tempo, assisti ao Miss Universo (Eu tinha que falar disso!). 
Incrédula, vi dezenas de moças belíssimas serem desclassificadas por um juri composto por atores, esportistas, músicos e até ilusionista! (Nada contra Criss Angel). Sem desmerecer a composição da mesa, questiono as qualificações de tais pessoas para escolherem a mais bela dentre as 82 candidatas. Não vi um mísero editor de moda dentre tão seleto grupo. Esse é um detalhe importante, que não deveria passar despercebido aos olhos mais atentos. Essa ausência é a maior evidência para a verdadeira resposta à questão: A Miss Universo dita ou inspira algum padrão de beleza no mundo da moda?
Não. Não. Não.
Bobagem....
Sabe por quê?
Miss Universo

Porque os valores foram subvertidos. 
Antes as misses eram o padrão supremo de beleza, ícones de uma pureza casta. Mas como moda e castidade nunca foram boas parceiras, as misses foram perdendo seu brilho. 
Hoje nada mais são do que uma cópia das top models renomadas da atualidade, não medindo esforços, nem cirurgias plásticas, botox ou bioplastia para isso.
Então não preciso dizer que quem realmente dita padrões de beleza são os mega empresários do setor, a indústria cinematográfica,  o capitalismo.
O mesmo capitalismo que vulgariza cada vez mais a imagem feminina, desconstruindo a verdadeira essência de ser mulher.
Voltando a nossa Barbie.
Que ícone representaria melhor a massificação alienante da beleza do que a boneca mais vendida no mundo?
O brinquedo que esconde por trás de um simpático sorriso a ilusão de que para ser bela, é preciso estar na moda.
Falando em Barbie, não resisti à tentação de compartilhar com vocês uma piada sobre ela:

O sujeito lembra-se que é aniversário de sua filha e que ainda
não havia comprado seu presente. 
Ele vai até uma loja de brinquedos, entra e pergunta a vendedora:

- Quanto custa a Barbie que está na vitrine ?
De uma forma educada a vendedora responde: 
- Qual Barbie? Pois temos: 
Barbie vai a academia por R$ 19,95 
Barbie joga volley por R$ 19,95 
Barbie vai as compras por R$ 19,95 
Barbie vai a praia por R$ 19,95 
Barbie vai dançar por R$ 19,95 
Barbie advogada divorciada por R$ 265,95. 
O cara, assombrado, pergunta: 
- Por que a Barbie advogada divorciada custa R$ 265,95, enquanto as outras custam apenas R$ 19,95? 
A vendedora responde:
- Senhor, a Barbie ADVOGADA DIVORCIADA vem com: 
O carro do Ken, a casa do Ken, a Lancha do Ken, o trailler do Ken, os moveis do Ken, o celular do Ken...


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