terça-feira, 8 de novembro de 2011

O Preço do Amanhã

Sabe aqueles momentos em que algo meramente sem propósito parece detonar o estopim de uma verdadeira “Teoria da Conspiração”?

Pois é no meu caso foi o comercial de “O preço do amanhã”. O filme se passa em um futuro não muito distante, onde a ciência descobre um processo que interrompe o envelhecimento aos 25 anos. Porém esta mágica possui efeitos colaterais: a pessoa Que usufrui deste recurso fica com apenas mais um ano de vida, a não ser que tenha dinheiro para pagar pelo tempo extra. Na busca por poder e tempo de vida, um homem (Justin Timberlake) é acusado injustamente de homicídio e se vê obrigado a sequestrar uma bela jovem (Amanda Seyfried ) para conseguir ganhar mais tempo e provar sua inocência.

Ao assistir ao trailer tive um déjà vu e quebrei minha cabeça até que conseguir fazer a ligação: o tema remete ao apocalipse, literalmente. Sabe aquela passagem em que a bíblia diz que todos seremos marcados com sinais ou números?

E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na mão direita ou na testa, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome.” (Apocalipse 13, versículos 16 e 17)

Vamos abrir um parenteses ( ), bem aberto: Não sou nenhuma fanática religiosa ou crente bitolada, pelo amor de Deus!! Quem não leu ainda pode conferir na postagem Maria Madalena.

Tá, tudo bem, voltemos!

Uma pessoa especial (Baby é você!) me relatou algo interessante: uma pesquisa que prevê a falta de pessoas talentosas no futuro, sabe por quê?

Porque a humanidade encontra-se em um ritmo frenético de invenções e remodelamentos. E eis que talvez chegamos ao ponto em que já tenhamos inventado tudo que fosse possível. Que o diga o falecido Steve Jobs, que supostamente, teria deixado invenções suficientes para os próximos 5 anos da Apple.

Então fazendo uma reflexão breve, pensemos em coisas comuns, coisas que aparentemente são novidades, mas não passam de releituras maquiadas de algo que já existia.

É a antiga Pirâmide que hoje chamamos de Marketing Multi-nível.

É a toalhinha higiênica que se tornou modess ou absorvente.

A coca-cola que deixou de ser remédio para ser bebida

em todo mundo...

E por aí vai...

Aceitamos de bom grado “novidades” antigas. Mas o que dizer então das coisas que aceitamos por acreditarmos que estamos no lucro, que somos modernos ou que temos que ter?

Já sabe onde quero chegar?

É justamente lá, onde a cultura de massa plantou e continua semeando suas necessidades e desejos.

Você caro (a) leitor(a) já parou para pensar porque precisa ter perfis em redes sociais?

Com certeza sim e com esta mesma convicção afirmo

que tens a crença de que possui Facebook, Orkut, My Space...para entrar em contato com parentes e amigos, compartilhar informações, conhecer pessoas, articular contatos profissionais. É isso ou não é?

Viu?

Você pensa assim e sei que ingenuamente acredita que usufrui de todas essas ferramentas de graça.

Não, não, não.

De graça?
Nem pensar!!!

Somos nós usuários que agregamos valor às redes sociais.

Somos nós que fazemos com que ganhem dinheiro com propagandas em nossos perfis.

Somos nós que colocamos lá no alto o valor das ações de empresas como Facebook.

Ah e por falar nele, a coisa é muito mais abrangente.

Normalmente as pessoas nem chegam a cogitar quanto poder encontra-se mas mãos de alguém como Mark Zuckerberg, o criador(que segundo o filme A Rede Social, não foi bem assim..) do Facebook.

Que poder é esse?

Um gigantesco banco de dados, com informações pessoais, profissionais e sociais de milhões de pessoas ao redor do mundo.

Uma ferramenta que dispõem de um mecanismo de reconhecimento facial (visto nas marcação de fotos) e localizador. Não fosse maquiada por seus assessórios(chat, aplicativos, jogos...) poderia ser um mecanismo utilizado por qualquer órgão secreto de inteligência.

E quem sabe se não é?!...

Inocentemente postamos fotos, vídeos, opiniões pessoais, crenças e idiossincrasias, na perspectiva apenas de sermos “modernos" e estarmos "In”.

Ledo engado...

Somos usados.

Usados induzidos e alienados.

Usados que nos vangloriamos do número de amigos que dispomos em nosso perfil.

Usados que arregimentam outros para também serem usados.

Usados, que mesmo tendo a mínima ideia do todo, ainda nos permitimos sermos engolidos pelas redes, arrastados por suas sedutoras promessas de velocidade, conectividade e

instantaneidade.

Aff... quanta DADE!!

Porém o mais intrigante em tudo isso não é o lado capitalista da coisa. É o lado psíquico.

Isso mesmo!

É como foi possível plantar e enraizar a ideia da necessidade de estarmos na net. De sermos internautas competentes, de acessarmos tudo quanto pudermos.
Foi uma ideia detonada e impulsionada pela indústria da informática mas que acabou caminhando tão bem, que hoje tornou-se uma espécie de AI.

Nós mesmos procuramos sites, nos inscrevemos, aceitamos contratos que nem sequer lemos.

E a grande mágica está no fato de acharmos que somos os “espertos”... ahahahahahaha.

E não fica só nisso.

Certa vez ouvi alguém, explanar uma ideia intrigante: “No futuro a educação se tornará um grande Google, com todos acessando e sendo autodidatas.”

Primeiro julguei a máxima como algo impregnado de um ceticismo gigantesco. Uma utopia desprovida de humanidade.

Mas posteriormente vi que o autor estava apenas expressando sua inconformidade com o "correr do rio", com o rumo das coisas.

Pode realmente ser este o nosso futuro, principalmente andando na passada atual.

Vamos deixar nossas comodas visões. Aprender a usar aquilo que nos usa.

Faça parte das redes, utilize seus recursos, explore ao máximo. Porém tenha sempre em mente que não é nenhum favor o que elas nos oferecem.

Nós somos o seu sustentáculo.

Pensem nisso!



"O perigo do passado era que os homens se tornassem escravos. O perigo do futuro é que os homens se tornem autómatos."

Erich Fromm



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