quinta-feira, 6 de junho de 2013

8 ou 1980

Há quem ame e quem odeie a década de 1980. Fato é que aqueles 10 anos foram essenciais para chegarmos onde estamos hoje.

Lembramos dos penteados carregados de laquê e das roupas com ombreiras. 
Madonna nos anos 1980

Madonna e Wham! tocavam nas rádios.
Na televisão, o Alf era o herói para crianças e todos os adolescentes queriam ser da turma de 90210 (mais conhecidos no Brasil como Barrados no Baile).
Atores como Tom Cruiser, Matt Dillon, Ralph Macchio e Rob Lowe povoavam as telas do cinema.
Michael Jackson ainda era negro.
O Menudo era uma epidemia.
Boy George era o camaleão do momento.
Xuxa usava maria-chiquinhas e tinha uma nave cor-de-rosa.
Barbie e Ken tinham casa, carro, roupas glamourosas e edições especiais.
Todo adolescente sonhava em ser Ferris Bueller, personagem imortalizado pelo ator Matthew Broderick, no filme Curtindo a vida adoidado.
O celular começava a ser uma realidade, mesmo que muito elementar e limitada.
Tudo muito fofo.
Mas muitas coisas ruins também começaram nos anos 80.

A primeira e mais impressionante foi a ascensão descontrolada do consumismo. Foi justamente nesse período que as pessoas começaram a alimentar assustadoramente o vício de comprar por impulso, por compulsão, por influência da mídia. A moda tornou-se mais volátil do que nunca. Os modelitos usados pelas atrizes do seriado Dinastia dominavam o mercado.
Elenco de Dinastia
Aliás vamos abrir um grande parenteses para falar em Dinastia. Este seriado não foi apenas uma soap opera, foi um verdadeiro marco na TV mundial. Seu enredo, estilo novelão dramático, conquistou em primeiro lugar os americanos e depois o mundo todo. Dinastia é considerada a primeira série de TV a criar sua própria linha de roupas, acessórios e perfumes. Todas as mulheres queriam ser Alexis Carrington, personagem interpretado pela atriz Joan Collins. Nascia então o consumismo como o conhecemos agora. 
Agências de publicidade acreditavam que podiam vender qualquer coisa a qualquer pessoa. Impulsionadas pela guerra comercial entre a Pepsi e a Coca-cola, elas premiavam os espectadores com fabulosos comerciais de televisão e engenhosas campanhas de marketing. Astros do rock e estrelas da tv davam o recado. E por mais incrível que pareça, a Pepsi conseguiu alcançar a Coca. Desesperados, os fabricantes da Coca resolveram tomar uma medida drástica: Mudar a fórmula do refrigerante. Foi um fracasso absoluto. Pessoas compravam Coca só para jogar fora em protesto. Resultado: Voltaram para antiga fórmula.
Michael Douglas e Charlie
Seen no filme Wall Street
Mas se consumismo estava em alta, a especulação na bolsa de valores também. Yuppies espalharam seu estilo de vida pelos quatro cantos do mundo: retração das ideologias de cunho coletivista e ascensão de uma ideologia focada no indivíduo. Em 1986, a bolsa de valores americana despencou, resultado das ações de vários especuladores e do "inchaço" da bolha formada pelo "sonho americano". Quem assistiu o filme Wall Street sabe...
Não era só isso. As drogas também começam a tomar a forma globalizada que tem hoje. A maconha já era grande conhecida dos americanos (eles sempre foram o maior mercado consumidor do mundo). Os traficantes então introduziram a cocaína no mercado americano e ela se propagou rapidamente. Primeiro usando Miami como porta de entrada, depois o México e sua enorme fronteira. Jovens e adultos dos frenéticos anos 80, cheiravam em festas e boates. Era a grande onda: Cocaína estava associada ao poder financeiro, a status social. Como era um droga mais cara, logo um "gênio" imaginou uma forma de baratear os custos e oferecer aos menos afortunados: o Crack. É minha gente, isso mesmo, foram os americanos que inventaram o crack. Bastou misturar uma parte de cocaína com duas de bicarbonato de sódio e cozinhar até transformar essa mistura em cristais. O crack ganhou os Estados Unidos e o mundo. Hoje vivenciamos o reflexo de tudo isso.
Por tudo isso que eu digo: Há quem ame e quem odeie os anos 80. 
Mas como podemos ver, ninguém pode negar que chegamos até aqui por conta deles.
Como disse Renato Russo, na música Índios:
"O futuro não é mais como era antigamente."




3 comentários:

Anônimo disse...

sem comentários...esse texto devia ser publicado em grandes mídias...parabéns!!!

Gabriela Pétris disse...

com certeza!!!!!

Adriana Pires disse...

mto bom texto,viajei no tempo kkkkk

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