domingo, 22 de março de 2020

Justiça determina suspensão de projeto cultural que daria 10 milhões para performances artísticas em janelas em SP

Bruno Covas, prefeito de São Paulo

Em decisão proferida na última sexta-feira (20), o juiz José Gomes Jardim Neto, da 10ª Vara da Fazenda Pública do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), determinou a suspensão do edital de R$ 10 milhões do projeto Janelas de São Paulo, editado pela prefeitura da capital paulista. O pedido foi feito pelo advogado Daniel Victor Ferreira Gallo.

O Janelas de São Paulo faz parte do programa Cultura Presente que prevê, ao todo, um gasto de R$ 103 milhões como forma de ajudar o setor artístico no momento de crise causado pelo surto de Covid-19.

Agora vamos lá. 

Por que o setor cultural tem que receber tantos recursos num momento em que a saúde deve ser a prioridade?

Entreter pessoas é mais importante do que salvar vidas?

Graças a uma ação popular, o edital desse projeto foi suspenso e assim o pagamento desses 10 milhões de reais foi evitado. 

Em sua argumentação na ação popular, o advogado Daniel Galo afirmou que a medida era desnecessária diante do quadro de pandemia de coronavírus. Em seu pedido, ele questionou se os valores não poderiam ser destinados para criação de leitos de UTI.

Na decisão, o juiz José Neto afirmou que a medida deveria ser ponderada, já que outras classes também demandariam auxílio governamental. O magistrado ainda questionou se o projeto não traria uma aglomeração desnecessária próximo da casa dos artistas participantes.

"Ainda é de se perguntar se, a depender da popularidade do artista, isso não venha causar aglomeração de pessoas em torno de sua janela, o que viria a chocar-se com o próprio intuito do Poder Público."  questionou o magistrado.

Ao decidir pela suspensão, Neto pediu para que a Prefeitura de São Paulo se manifeste com a comprovação de que o gasto não trará qualquer dano ao orçamento público e que não prejudicará gastos essenciais para o combate ao surto de coronavírus. Algo totalmente sensato, tendo em vista que o momento é de empenho total ao combate da epidemia.

A Itália realizou um projeto cultural semelhante, mas com um enorme diferencial: nenhum artista recebeu remuneração por suas performances. Tudo foi feito de forma cidadã, observando a responsabilidade com o erário público, especialmente em um momento tão delicado. 

Esperamos que as autoridades brasileiras tenham mais juízo e passem a mensurar melhor o emprego de recursos públicos. Mas, caso não tenham, o povo tá de olho!

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