sábado, 2 de março de 2024

Conheça os riscos da psoríase para o coração


A psoríase é uma doença de pele autoimune crônica que se manifesta no paciente como manchas rosadas ou avermelhadas, cobertas com uma “placa” esbranquiçada e pode afetar várias partes do corpo. Pode ser desenvolvida por qualquer pessoa e fase da vida, embora seja mais comum entre os 15 e 35 anos. O estresse e a falta de luz solar agravam as infecções.

Com grande dano inflamatório, pode atingir as articulações e aumentar o risco de doenças cardiovasculares e síndrome metabólica. Inclusive, um estudo publicado no Journal of Investigative Dermatology identifica um caminho para entender como essa doença afeta o coração.

A psoríase é uma doença inflamatória sistêmica crônica imunomediada que afeta de 1 a 3% da população global. Neste estudo, um total de 503 pacientes com psoríase e sem doença cardiovascular clínica foram submetidos à ecodopplercardiografia transtorácica para avaliar a microcirculação coronariana. Os investigadores descobriram uma alta prevalência de disfunção microvascular coronariana em mais de 30% dos pacientes assintomáticos na população do estudo.

A psoríase também pode prejudicar o paciente de outras maneiras. Além do risco cardiovascular, a psoríase ainda é ligada a problemas nas articulações (artrite psoriática) e, também, a uma maior propensão de desenvolver síndrome metabólica, caracterizada por pelo menos três dos seguintes problemas: maior acúmulo de gordura abdominal, pressão arterial elevada, colesterol alterado, glicemia de jejum elevada e triglicerídeo elevado.

Estudos anteriores já haviam demonstrado que pacientes com psoríase grave apresentam aumento da mortalidade cardiovascular. No entanto, os mecanismos específicos subjacentes a este risco aumentado ainda não tinham sido identificados.

Por isso, os autores do estudo pretendiam investigar mais detalhadamente a prevalência de disfunção microvascular coronariana, avaliada pela reserva de fluxo coronariano (CFR), em uma grande coorte de pacientes com psoríase grave e sua associação com a gravidade e duração da psoríase, bem como outras características dos pacientes.

O estudo revelou que a gravidade da psoríase, avaliada pela pontuação do Psoriasis Area Severity Index (PASI), e a duração da doença foram independentemente associadas a uma reserva de fluxo coronariano mais baixa, juntamente à presença de artrite psoriática. Esses achados enfatizam a importância de considerar fatores relacionados à inflamação e à psoríase na avaliação do risco cardiovascular em pacientes com psoríase grave.

O estudo apoia o papel da inflamação sistêmica da psoríase no desenvolvimento da disfunção microvascular coronariana. justamente por isso, o diagnóstico deve procurar ativamente a disfunção microvascular em pacientes com psoríase, uma vez que esta população apresenta um risco particularmente elevado. Essa ação possivelmente tornaria real a hipótese de que um tratamento precoce e eficaz da psoríase restauraria a disfunção e, eventualmente, preveniria o risco futuro de complicações, como infarto do miocárdio e insuficiência cardíaca associada.

Algumas pesquisas preliminares mostraram que a disfunção microvascular coronariana é restaurada após um tratamento com produtos biológicos. No entanto, estudos prospectivos são necessários para confirmar se esses achados se traduzem em reduções em eventos cardiovasculares.

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