O Museu Nacional da UFRJ apresentou, nesta terça-feira, uma nova coleção de fósseis encontrados no Nordeste. Entre as mais de mil peças, se encontram fragmentos de um dinossauro até então desconhecido.
A chegada dessa nova coleção se dá em meio aos trabalhos de restauração após o incêndio de grandes proporções que acometeu o Museu em 2018. A direção do Museu, pertencente à UFRJ, e o Instituto Inclusartiz apresentaram hoje a nova coleção de fósseis que integrará o acervo da instituição.
Segundo reportagem do G1, são 1.104 vestígios, em sua maioria de plantas e de insetos, coletados na Bacia do Araripe, entre os estados do Ceará, Pernambuco e Piauí.
O destaque, no entanto, vai para dois fósseis de dinossauros que ainda não foram descritos pela literatura científica. Provavelmente se tratam de Dromeossaurídeos, da mesma família dos velociraptors.
Frances Reynolds, do Instituto Inclusartiz, destacou que é importante que o museu, em seu processo de reconstrução, se volte para a digitalização de suas peças e ao fortalecimento das relações com outras instituições. “Você pode ter o melhor prédio, mas se não tem coleção, você não tem nada”. - disse Fraces.
A doação faz parte de uma união entre as iniciativas pública e privada. Os fósseis foram doados pelo colecionador Burkhard Pohl. “É preciso ter uma coleção de fósseis do Brasil no museu mais importante do país”.
O presidente do Museu Nacional, Alexander Kellner, destacou a importância de parcerias com instituições públicas e privadas de várias partes do mundo para a reconstrução do acervo. “É uma enorme tragédia, mas temos que olhar para frente e pensar na reconstrução. O Brasil precisa do museu nacional de volta”. - explicou Alexander.
Kellner também destacou que outras coleções doadas ao museu, fruto de parcerias serão anunciadas em breve. O presidente do Museu ainda indicou que a reabertura da instituição deve acontecer no mês de abril de 2026.
“O que perdemos é grave e não temos como recuperar. Os fósseis e o material etnográfico. São peças únicas. Nós temos que aprender com os nossos erros e merecer essas novas coleções. Por isso, essas doações são importantes para nós”, destacou Kellner.
O Museu Nacional é um dos mais antigos do Brasil. Foi fundado em 1818 pelo Imperador Dom João VI e foi residência da Família Real Portuguesa e sede do Governo Imperial. O seu acervo incluía mais de 20 milhões de itens, como fósseis de dinossauros e objetos históricos.
Em setembro de 2018, um incêndio acometeu o Museu Nacional, fazendo com que quase a totalidade de seu acervo fosse destruído. As causas do fogo foram atribuídas a uma combinação de fatores, como a falta de investimentos, infraestrutura precária e ausência de planos de contingência.
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