quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Caixinha de Música




Pegar uma caneta, escrever...
Parece tão simples e tão complexo ao mesmo tempo.
Que tempo?
Será a nossa concepção de tempo correta?
Para onde foram os anos que se passaram?
Talvez estejam guardados dentro de uma caixinha de música.
Talvez, numa hipótese mais remota ainda, estejam aprisionados em um calabouço qualquer, num castelo longínquo.
Não, não, tempo, tempo.
Rosa da lágrima salgada.
Madrugada do sono partido.
Aurora das tardes sem fim.
Quem me dera ser tempo.
Quem me dera não ter idade.
Mas tenho...Tenho tudo.
O que afinal será o tudo?
Nada, nada mais do que o nada.
Então serei nada?
Não, sou algo.
Tenho certeza de que sou.
Melhor dizendo...
Eu estou algo, pois na nossa essência,
Nada somos de verdade.
Apenas estamos alguma coisa,
Em um tempo qualquer,
Seja na caixinha de música
Ou no calabouço do castelo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Quero esta caixinha de música pra mim. Gostei muito. Poesia pura.

Anônimo disse...

Rapaz, lembrei das auls de poesia grega, que a gente fez. Eram massa.
Parabéns, Barbara.

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