segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

O lado bom da vida



Não, ainda não tive um encontro com o lindão Bradley Cooper, nas telas de cinema, encarnando o genial personagem central do livro O lado bom da vida.
Antes de mais nada, tenho que dizer que Pat Peoples é um dos personagens masculinos mais bem elaborados que já tive a oportunidade de conhecer, não deixando nada a desejar a Alan Sherwood, do livro Um sorriso Distante (meu personagem masculino favorito).
Pat Peoples, um ex-professor de história na casa dos 30 anos, acaba de sair de uma instituição psiquiátrica. Convencido de que passou apenas alguns meses naquele “lugar ruim”, Pat não se lembra do que o fez ir para lá e isso se mostrará o grande segredo do livro. Ele apenas lembra que Nikki, sua esposa, quis que ficassem um "tempo separados".
Tentando recompor o quebra-cabeças de sua memória, agora repleta de lapsos, ele ainda precisa enfrentar uma realidade que não parece muito promissora. Seu pai se recusa a falar com ele, sua esposa negando-se a aceitar revê-lo e seus amigos evitando comentar o que aconteceu antes de sua internação, Pat, agora um viciado em exercícios físicos, está determinado a reorganizar as coisas e reconquistar sua mulher, porque acredita em finais felizes e no lado bom da vida.
Ao sair da clínica psiquiátrica, Pat demonstra a todos que passou a encarar a vida por um aspecto meio Forrest Gump, acreditando no melhor das pessoas e se esforçando sempre por se tornar um ser humano melhor, um filho melhor e principalmente, um marido melhor.
À medida que seu passado aos poucos ressurge em sua memória, Pat começa a entender que "é melhor ser gentil, que ter razão" e faz dessa convicção sua meta.
Tentando ajudar Pat em sua nova jornada encontramos sua mãe, uma pessoa determinada e repleta de amor pelo filho, que acredita em sua total recuperação, mesmo quando ninguém mais crê. Além dela, também temos o excêntrico (mas competente) psiquiatra Dr. Patel, um ávido torcedor dos Eagles.
Se Pat é o melhor personagem masculino do livro, ele encontra a parceira ideal na surpreendente Tiffany. Cunhada viúva de seu melhor amigo, ex-ninfomaníaca e fantástica coreografa, ela encontrará em Pat um novo amor, um amigo como nenhum outro, sua real metade da alma.
Pat descobrirá que nem todos os finais são felizes, nem todas as pessoas são honestas e nem todo seu esforço pode mudar o seu passado, mas que sempre vale a pena tentar mais uma vez.
Um livro comovente sobre um homem que acredita na felicidade, no amor e na esperança.
Um trechinho, para vocês se emocionarem:

"Em meus braços está uma mulher que me deu Uma tabela de observador do céu, uma mulher que sabe todos os meus segredos, uma mulher que sabe o quão problemática é minha mente, quantos comprimidos eu tomo, e que ainda assim permite que eu a abrace. Há algo de honesto em tudo isso, e eu não consigo imaginar nenhuma outra mulher deitada comigo no meio de um campo de futebol congelado, no meio de uma tempestade de neve, até impossivelmente esperando uma nuvem soltar-se de um nimbo-estrato.
Nikki não teria feito isso por mim, nem mesmo em seus melhores dias.
Então puxo Tiffany mais para perto, beijo o ponto rígido entre suas sobrancelhas perfeitamente bem-feitas e, depois de inspirar profundamente digo:
- Acho que também preciso de você."

Sobre o autor
Matthew Quick, nasceu em 1973. Formou-se em Escrita Criativa no Goddard College e foi professor de língua inglesa. Além de O lado Bom da Vida (2008), é autor de três romances juvenis. A sua obra recebeu já diversos prêmios – incluindo uma menção honrosa do prêmio PEN/Hemingway –, tem sido traduzida para diversas línguas, com excelentes referências nos meios de comunicação. A Weinstein Company e David O. Russell adaptaram O lado bom da vida para o cinema, com a participação de Robert de Niro, Bradley Cooper e Jennifer Lawrence. O autor vive no Massachusetts com a mulher, a escritora Alicia Bessette.


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