sábado, 30 de março de 2019

Ironia no mundo LGBT: Martina Navratilova é chamada de Transfóbica. Entenda a polêmica!

Esta semana, o técnico de Voley Bernardinho foi duramente criticado pelas colocações sobre a "jogadora" Tiffany. Além dele, Ana Paula do Voley também se manifestou sobre o assunto em suas redes sociais e acabou trocando farpas com a própria Tiffany. Mas eles não foram as únicas celebridades do mundo dos esportes a serem alvo da impiedosa metralhadora da militância LGBT.
Martina Navratilova: Atacada pela comunidade LGBT
por declarações sobre a atuação de atletas
trans em campeonatos femininos

Declarações recentes da lenda do tênis Martina Navratilova quanto a "homens biológicos" que competem contra mulheres em eventos esportivos geraram uma reação furiosa por parte de ativistas que acusam a famosa tenista, vencedora de 59 Grand Slams e há muito tempo porta-voz dos direitos LGBT, de tentar “desumanizar os transexuais”.  Uma grande ironia, se levarmos em conta a trajetória de vida de Martina. Ela foi uma das primeiras pessoas a darem apoio, no circuito profissional do tênis, à Renée Richards, uma das primeiras transsexuais a competir em torneios internacionais de tênis.  Richards, que nasceu Richard Raskind, era oftalmologista e um bom tenista amador. Passou por uma cirurgia de mudança de sexo, ganhou um processo em 1977 contra a USTA (Associação dos Tenistas Norte-americanos) e, já com mais de quarenta anos, disputou campeonatos internacionais femininos, chegando a ser a 20ª do ranking. Em seu primeiro U.S. Open, aos 43 anos, Richards perdeu a final feminina de duplas para a equipe de Martina Navratilova, então com 21 anos. As duas ficaram amigas e Navratilova contratou Richards como técnica depois que ela se aposentou do circuito.

Mas nada disso foi levado em consideração. Em uma atitude visivelmente retaliadora, Martina foi expulsa do conselho da Athlete Ally, grupo que defende os interesses LGBT nos esportes, e tem enfrentado críticas duras por ter expressado a opinião de que obrigar atletas mulheres a competir contra homens biológicos é “uma loucura” e “uma trapaça”, por causa das diferenças físicas em força, musculatura e densidade óssea entre homens e mulheres.

A questão de como uma pessoa chega a uma situação de não-conformidade com seu gênero é motivo de debate, mas fazer a transição pública de um gênero para outro é, sem dúvida, uma escolha. Ninguém está dizendo que muitas pessoas se submetem a cirurgias ou tratamentos hormonais a fim de competir contra o sexo oposto, mas não há dúvidas de que algumas vantagens da anatomia masculina permanecem em mulheres transgênero – algo que Navratilova aprendeu depois de se comprometer publicamente a “estudar melhor” o assunto.

"Prometi não me manifestar quanto a isso até ter pesquisado o bastante. Bom, fiz isso e, se alguma coisa mudou, é que agora minhas opiniões ganharam mais força”, escreveu ela no Sunday Times, reiterando que é um absurdo que “centenas de atletas que trocaram de gênero por autodeclaração ou tratamento hormonal limitado tenham alcançado glórias como mulheres, glórias essas que vão muito além das capacidades deles enquanto homens”.

O problema quando se fala em mulheres trans competindo em esportes femininos não é intolerância, é antes de mais nada, uma questão de justiça. É fato que as competições atléticas acontecem entre semelhantes, divididos por peso, idade e experiência. Os esportes infantis são organizados por faixas etárias, porque se sabe que crianças de idades diferentes têm habilidades diferentes. Vale ressaltar que muitos esportes infantis são mistos pois, as diferenças físicas entre as crianças de gêneros diferentes de certa idade são desprezíveis quanto ao seu desempenho no esporte. Não há motivo para separar times infantis de futebol por sexo, uma vez que meninas e meninos, aos oito anos de idade, são totalmente capazes de competirem em iguais condições, afinal ainda não passaram pelas transformações hormonais e físicas que demarcam nitidamente as características femininas e masculinas do ser humano.

Exatamente por isso, tudo muda de figura quando falamos de adultos. As diferenças são gritantes. Um atleta homem que já tenha passado pela puberdade terá uma vantagem física básica sobre as mulheres, por mais hormônios femininos que ele tenha tomado. Esse problema é evidenciado pelo fato de que não há controvérsia quanto a homens trans competindo em esportes masculinos, e houve esforços positivos no sentido de permitir que mulheres participem desses esportes. O ponto crucial nesse debate é o fato de mulheres trans estarem competindo em campeonatos femininos.
Renée Richards, pioneira dos atletas trans se
declarou contra a participação de transsexuais em
competições femininas

Até a própria Renée Richards, pioneira dos atletas trans, recuou de sua crença na validade da causa. “Acho que transexuais têm todo o direito de jogar, mas talvez não profissionalmente, porque não é uma disputa justa”, diz ela agora. “Sei que, se tivesse passado por uma cirurgia aos 22 anos e aos 24 tivesse entrado para o circuito, nenhuma mulher conseguiria me vencer. E por isso mudei de opinião”."


Ninguém está dizendo que muitas pessoas se submetem a cirurgias ou tratamentos hormonais a fim de competir contra o sexo oposto, mas não há dúvidas de que algumas vantagens da anatomia masculina permanecem em mulheres transgênero – algo que Navratilova aprendeu depois de se comprometer publicamente a “estudar melhor” o assunto."

"“Prometi não me manifestar quanto a isso até ter pesquisado o bastante. Bom, fiz isso e, se alguma coisa mudou, é que agora minhas opiniões ganharam mais força”, escreveu ela no Sunday Times, reiterando que é um absurdo que “centenas de atletas que trocaram de gênero por autodeclaração ou tratamento hormonal limitado tem alcançado glórias como mulheres, glórias essas que vão muito além das capacidades deles enquanto homens”.

Esse problema é evidenciado pelo fato de que não há controvérsia quanto a homens trans competindo em esportes masculinos, e houve esforços positivos no sentido de permitir que mulheres participem desses esportes.
Nancy Lieberman, ex-namorada de Martina
Navratilova,  jogou num time masculino
de basquete nos anos 80

Ann Meyers recebeu 50 mil dólares para tentar entrar para o time de basquete Indiana Pacers em 1980, como personagem de uma campanha publicitária; Manon Rhéaume tentou se tornar goleira do time de hóquei Tampa Bay Lightning em 1992 e disputou 24 jogos profissionais numa liga menor de hóquei. E a ex-namorada de Navratilova, Nancy Lieberman, jogou num time de basquete profissional masculino, o Springfield Fame, em 1986.

Mas permitir que homens biológicos disputem prêmios em dinheiro ou troféus contra mulheres é algo que distorce a competição em favor dos homens; é algo, no mínimo, antidesportivo, para não dizer trapaça.

Ao atacar uma lenda do esporte mundial como Martina Navratilova, assumida publicamente como lésbica e ativista na luta pelos direitos LGBT, o movimento só mostra que promove apenas o ativismo impositivo, fechado a criticas construtivas, tendo como objetivo a imposição da sua agenda. 

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