segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Arcebispo Militar comunica à CNBB que não seguirá Campanha da Fraternidade 2021

Em carta destinada ao Presidente da CNBB e o Núncio Apostólico, Dom Fernando Guimarães, Arcebispo do Ordinário Militar do Brasil, fez um alerta exemplar, sobre a real função do tempo da Quaresma, esclarecendo que a época não é espaço para se dialogar sobre temas polêmicos e contrários à autêntica doutrina de nossa Igreja. Comunicou que seus Capelães Militares não utilizarão o material da Campanha da Fraternidade deste ano, e informou que o valor da coleta será destinado aos pobres.

Na carta, datada de 8 de fevereiro deste ano, Dom Fernando Guimarães assegura que a Assistência Religiosa às Forças Armadas é ecumênica por natureza, pois precisa lidar constantemente com membros de diversos seguimentos religiosos, contudo ressalta que o diálogo inter-religioso precisa ser feito em sedes competentes e frisa o real sentido do tempo da Quaresma.

Sim Fernando ontinua relembrando aos seus irmãos de episcopado sobre o juramento que fizeram, como autênticos Mestres e guardiães do Depósito da Fé, de garantir que a ortodoxia da fé seja pregada aos seus fiéis.

Apoiado nessas prerrogativas,  o Arcebispo Militar comunicou que no Ordinário Militar do Brasil, durante a quaresma deste ano, serão seguidas apenas as orientações teológico-litúrgicas próprias do tempo quaresmal e não serão utilizados quaisquer dos materiais produzidos oficialmente para a Campanha da Fraternidade 2021.

Ao término, Dom Fernando estabeleceu que todo percentual da coleta que seria destinada à campanha da fraternidade será empregado no socorro dos pobres através de obra social reconhecida pelo Ordinariado Militar.

Leia carta na Íntegra

Brasília, 8 do fevereiro de 2021
Exma. e Revmo.
Dom WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO – Presidente da CNBB
Brasília, DF – (C/C Nunciatura Apostólica no Brasil)

Assunto: Campanha da Fraternidade 2021

Excelência o prezado Irmão,

Com relação à Campanha da Fraternidade de 2021, em consciência, devo declarar o seguinte:

1- O Serviço de Assistência Religiosa às Forças Armadas e Auxiliar o ecumênico em sua própria natureza e na atuação concreta junto à família militar. Os segmentos católicos, protestante o kardecista, aos quais pertence a maioria dos membros das Forças Armadas, convivem em harmonia e trabalham juntos. Nas celebrações inter-religiosas procuramos insistir sobre os valores comuns, partilhados por todos, e evitamos aqueles temas que são contraditórios ou não aceitos por todas as igrejas e denominações. O diálogo inter-religioso é necessário e oportuno somente quando, no respeito às diversas expressão de fé, é realizado em sedes competentes. A evangelização dos fiéis, no entanto, em qualquer tempo e ainda mais em um tempo especial como é a quaresma católica, não é espaço para se dialogar sobre temas polêmicos e contrário à autêntica doutrina de nossa Igreja.

2- Compete aos bispos diocesanos, como autênticos Mestres e guardiães do Depósito da Fé, garantir a ortodoxia da fé que é pregada aos seus diocesanos. Esta missão, objeto de solene juramento por parte de cada um de nós antes de nossa ordenação episcopal, compromete a minha consciência de bispo e a ela jamais poderei renunciar.

3- Por este motivo, comunico-lhe que no Ordinário Militar do Brasil, durante a quaresma deste ano, seguiremos apenas as orientações teológico-litúrgicas próprias do tempo quaresmal e não serão utilizados quaisquer dos materiais produzidos oficialmente para a Campanha da Fraternidade deste ano. Nossos Capelães Militares estão sendo orientados, coso desejem abordar o tema da mesma, a utilizar unicamente a Fratelli Tutti do Papa Francisco.

4- Também o percentual da coleta destinado a esta Conferência Episcopal – e repartido com outras entidades promotoras da Campanha – não será enviado e sim, real e efetivamente, empregado no socorro aos pobres, através de obra social reconhecida pelo Ordinariado Militar. Sobre este uso, será meu cuidado prestar contas posteriormente à Presidência.
Em união de oração, pela construção de uma autentica comunhão episcopal,

Dom Fernando Guimarães,
Arcebispo do Ordinário Militar do Brasil


Como seria bom se todos os bispos honrassem seu juramento, assim como Dom Fernando Guimarães e expressassem seu respeito aos fiéis e à fé Católica como o nosso estimado Arcebispo do Ordinário Militar do Brasil

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