Sempre fui fascinada por tudo que envolve preparo de comida, desde a escolha dos ingredientes, combinação de temperos, apresentação dos pratos, articulação entre refeições e bebidas.
Quase sempre há comida envolvida nos momentos mais felizes de nossas vidas. Talvez não nos momentos dignos de fogos de artificio como uma proposta de casamento ou o nascimento de um bebê, mas as ocasiões tranquilas, como quando somos crianças e trazemos para casa um lindo boletim, um jantar em família após uma dia de trabalho, um café da manhã turbinado para enfrentar o novo dia, por exemplo...
A comida coloca em ação não só nossos sentidos mais elementares como tato, olfato e o paladar. Ela desperta sensações, emoções, lembranças...
Pare e pense: em quase todas as suas memórias felizes existe ou não algo relacionado também a comida?
Está aí uma coisa que aposto que você nunca percebeu. Mas agora que te falei, nunca mais deixará de notar.
É o bolo de aniversário de 15 anos. O jantar de casamento. O almoço de negócios bem sucedido. Os lanches em fast foods durante as férias. Os docinhos nos aniversários infantis. O prato estrangeiro com sabor esquisito que um amigo te obrigou a provar. Tudo marcado, guardado em nossas lembranças.
E então há aqueles momentos não tão felizes. E é aí que a chamada Confort Food(comida que conforta, que evidencia memórias e lembranças) é necessária. Quando eu era menina e ficava gripada, mesmo enfiada na cama, podia sentir o aroma do chocolate quente que vinha da cozinha da minha bisavó. Depois disso, para sempre, o aroma de chocolate passou a ser para mim o aroma do amor.
A Confort Food também é importante quando você se senta com suas amigas para colocar a conversa em dia. É impossível fazer isso sem comida, você há de convir. A comida pode ser um conforto por causa das associações que fazemos entre o que comemos e as pessoas ao nosso redor, ou por causa das emoções que os sabores e cheiros evocam. Temperada com nostalgia, aromatizada com amor, o sabor da verdadeira Confort Food é como receber um abraço de alguém especial.
Historicamente falando, a comida sempre foi motivo para arregimentar o ser humano em atividades grupais. Compartilhar alimentos e bebidas tem um fascínio ritualístico.
Nesse ritual, o papel do elemento fogo é de fundamental importância.
Para matar a nossa curiosidade aí vai...
No início, todos os doces produzidos em assadeiras eram considerados bolos e estes tinham que ser redondos, pois, como seu próprio nome diz - bolo vem de bola.
Redondo desde os tempos do Império Romano, com o passar dos anos o formato foi se moldando conforme as necessidades da decoração.
Como surgiu o bolo?
Sabe-se que, em Nápoles, na Itália, no ano de 1478, um bolo foi servido em um banquete.
Acredita-se que o primeiro bolo de andares tenha sido o da italiana Catarina de Médici, quando se casou com Henrique II, Rei da França, no século XVI.
Na Inglaterra, durante o reinado da Rainha Vitória, os bolos chegavam a pesar 100 quilos com altura acima de dois metros. Na verdade, em todos os momentos da história, o bolo era considerado como uma demonstração de prosperidade e riqueza. Por isso eram tão altos!
O primeiro bolo de farinha a se adaptar no Brasil foi o pão-de-ló, de origem portuguesa. Rapidamente, tornou-se bastante popular e até hoje, é um dos preferidos para bolos recheados.
É justamente por isso que considero os cozinheiros (as) os primeiros cientistas, os primeiros pesquisadores. Falta-lhes apenas o devido reconhecimento.
Então, se você conhece um verdadeiro cozinheiro(a) não fique calado. Elogios são fundamentais no "tempero" de novas receitas!
“O prazer da comida é o único que, desfrutado com moderação, não acaba por cansar. “
Anthelme Brillat-Savarin*
* Advogado, político e um dos mais famosos gastrónomos franceses de todos os tempos.
Um comentário:
Adoreiiiii menina-mulher-inteligente...add seu blog é ficar antenado às coisas boas do mundo!!!
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