segunda-feira, 6 de novembro de 2023

Desafios das mães atípicas no Brasil


"Mãe atípica" é uma expressão que geralmente é usada para descrever uma mãe que não se enquadra nos padrões ou estereótipos tradicionais de maternidade. O termo "atípica" significa incomum, não convencional ou fora do comum.

Uma mãe atípica pode ser alguém que tem um estilo de maternidade único, que difere das expectativas socioculturais. Isso pode incluir mães que têm abordagens diferentes em relação à criação dos filhos, escolhas de educação, estilo de vida, carreira ou relacionamentos.

Também pode se referir a mães que enfrentam desafios ou circunstâncias incomuns, como mães solteiras, mães com deficiências, mães que adotaram ou tiveram filhos por inseminação artificial ou mães que são membros de minorias étnicas.

Com o aumento da importância da inclusão das Pessoas com Deficiência nos últimos anos, a expressão Mãe Atípica ganhou mais espaço nos debates e tem chamado a atenção para algo pouco conhecido pela sociedade: Os desafios da Mãe atípica no Brasil.

Os desafios da maternidade atípica são diversos e depende principalmente da condição específica do filho, que vão desde Autismo, Síndrome de Down, Microcefalia, Deficiência visual, Deficiência Auditiva até Doenças Raras diversas. No entanto, alguns dos desafios mais comuns incluem:

Falta de apoio: As mães atípicas muitas vezes se sentem sozinhas e isoladas. Elas podem não ter amigos ou familiares que entendam as suas necessidades e as do seu filho. Isso pode ser muito difícil, especialmente quando as mães precisam de apoio emocional e prático. Levar e buscar para terapias, uma tarefa que parece simples, muitas vezes pode ser um trabalho hercúleo.

Desafios financeiros: As mães atípicas tem muitas despesas extras, como remédios, tratamentos médicos ou terapias específicas para o filho. Isso pode ser um desafio financeiro, especialmente se a mãe não tiver um emprego ou se tiver um emprego com baixo salário. Não há dados específicos, mas acredita-se que apenas uma minoria tem acesso a tratamento de qualidade na rede particular ou através de planos de saúde.

Desafios físicos e emocionais: Cuidar de um filho com deficiência pode ser muito exigente fisicamente e emocionalmente. As mães atípicas podem se sentir cansadas, estressadas e sobrecarregadas. Como exemplo, há situações de mães que lutam incansavelmente pela inclusão escolar ou direito a atendimento por planos de saúde que lhe foram negados.

Desafios sociais: As mães atípicas podem se sentir discriminadas ou excluídas da sociedade. Elas podem ter dificuldade de encontrar atividades ou serviços que atendam às suas necessidades. Muitas vezes, as mães atípicas nunca terão o mesmo sentimento social aceito como normal de ver sua a filha no ballet ou o filho no futebol por causa de preconceito ou falta de acessibilidade.

Apesar dos desafios enfrentados, as mães atípicas são mulheres fortes e resilientes. Elas estão comprometidas com o bem-estar dos seus filhos e estão sempre buscando maneiras de melhorar a sua vida.

Mas é inegável que essas mães carecem de uma atenção psicossocial adequada, especialmente projetada para atender suas necessidades. Nesse aspecto destacamos aqui, mais uma vez, um projeto pioneiro, criado pela prefeitura de Campina Grande, na Paraíba. O projeto Colo Pra Mãe – Cuidando de Quem Cuida, projeto que oferece uma rede de apoio, formada por vários profissionais, como psicólogos e psicopedagogos, tendo como finalidade a promoção do autoconhecimento e crescimento do público a ser beneficiado, nas suas múltiplas dimensões, pensado para oferecer cuidados especiais às mães de crianças com algum tipo de deficiência. A meta é resgatar a autoestima dessas mães, dando suporte em suas reais necessidades, nos mais diversos aspectos, visto que muitas sofrem com algum tipo de abandono. Em muitos casos, não há ninguém, além delas mesmas, para cuidar de si e dos filhos.

Com base em pesquisas, a maioria das mulheres (61%) deste segmento social (as chamadas mães atípicas) sofre com o abandono por parte dos próprios companheiros. Por isso, é necessária a sensibilidade social em relação aos dramas e problemas vivenciados por estas pessoas, que precisam de políticas públicas voltadas ao atendimento de suas demandas.

São iniciativas como a de Campina Grande que mostram um norte, um caminho para que as mães atípicas sejam realmente amparadas, especialmente nos serviços de saúde pública e assistência social. O que falta é mais empenho do poder público em viabilizar o suporte a essas mães. É aqui que sentimos a falta de representantes parlamentares, desde vereadores a deputados, capazes de "advogar" em favor dessas mães, de cobrar do executivo municipal, estadual e federal mais compromisso com essa que é uma das mais nobres causas em favor da maternidade.

Enquanto a iniciativa da Paraíba não é replicada por todo o Brasil, trouxemos aqui algumas dicas para ajudar as mães atípicas a enfrentar os desafios:

Procure apoio: Existem muitas organizações e grupos que oferecem apoio às mães atípicas. Esses grupos podem fornecer apoio emocional, informações e recursos.

Crie uma rede de apoio: Convide amigos, familiares e vizinhos para ajudarem com tarefas domésticas ou cuidados com o filho. Também é importante encontrar grupos de apoio online ou em sua comunidade.

Peça ajuda profissional: Se você estiver se sentindo sobrecarregada, procure ajuda profissional. Um terapeuta pode ajudá-la a lidar com o estresse e o esgotamento. Você pode encontrar terapeutas ou advogados especialistas em Pessoas com Deficiência atuando no mercado de trabalho.

Não tenha medo de pedir ajuda: É importante lembrar que você não está sozinha. Muitas mães atípicas enfrentam desafios semelhantes. Não tenha medo de pedir ajuda quando precisar.

Cada uma dessas situações traz desafios específicos que podem exigir uma abordagem adaptada para a maternidade. A compreensão e o apoio a essas experiências diversas são essenciais para criar uma sociedade mais inclusiva e solidária para todas as mães, independentemente das suas circunstâncias.

3 comentários:

Paloma Sodré disse...

Muuito pertinente �� Parabéns Bárbara pelo cuidado e fundamentação �� Nossa realidade é exatamente essa narrada no texto. Grande beijo, Deus abençoe sempre ��❤️

Vilma Lima Lima disse...

Faço parte do grupo 😍😍😍😍😍😍

Vilma Lima disse...

Faço parte do grupo 😍😍😍😍😍😍

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