terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Parto Normal ou Cesariana: O que levar em conta na hora de decidir?


Nesses 11 anos em que trabalho decorando quartos de bebês, essa é a pergunta mais frequente, assim que minhas clientes sabem que sou mãe:

“Parto Normal ou Cesariana?”.

Eu tive meus 5 filhos de parto normal e não me arrependo, essa é a minha resposta.

Entendo que a cesariana é uma benção, uma maravilhosa ferramenta que salva vidas, mas percebo uma campanha desleal e feroz contra o parto normal e a favor da cesariana, por parte dos médicos obstetras. Conheço mulheres que sonham com o parto normal até que o seu obstetra a convence do contrário. Mas o que motiva os médicos a defenderem tão avidamente a cesariana para as gestantes da rede particular de saúde? Porque na rede pública o parto normal é o carro chefe...

Já ouvi todo tipo de argumento, desde o carinhoso “não quero te ver sofrendo”, ou “vamos marcar na data X , você escolhe a hora para ter o signo ascendente de sua preferência”, ou ainda, “vamos marcar logo essa data, não quero trabalhar no Natal!”. Mas será que o nascimento de um filho deve ser tratado como apenas mais um evento social, com dia e hora convenientemente marcados? Com a devida antecedência, a fim de não causar qualquer inconveniente?

Por que não levamos em conta o peso dessa nossa escolha na vida e a saúde de nossos filhos?

Na cesariana você extrai abruptamente o bebê do seu habitat. Lá está ele dormindo, tranqüilo, quentinho no ambiente escuro e acolhedor, e de repente luz, ar condicionado, vozes estranhas, solavancos, um breve carinho de sua mamãe e mais solavancos, aspiração e todos os outros procedimentos necessários. A mãe tem cerca de 8 camadas de tecidos cortados nesse procedimento cirúrgico.

No parto normal aquele ambiente, quentinho e acolhedor, vai gradativamente massageando o bebê, ele já não consegue dormir e a cada momento, a dita massagem vai se tornando mais vigorosa e aquele deixa de ser um bom lugar, o bebê quer sair, se esforça para isso, esse esforço fortalece seus pequenos pulmões e ao sair de sua mãe ela lhe proporciona um banho de anticorpos e estar enfim fora do útero da mãe. Não se dá num susto, é um momento desejado de alívio e grande alegria para mãe e filho.

Óbvio que cada caso é um caso, nem todas as mulheres podem dar à luz por parto normal, então, se é ou foi o seu caso que maravilhoso poder contar com a cirurgia que traz o bebê à luz com saúde e tranqüilidade! Mas se a natureza lhe foi generosa e fez de você uma mulher forte, saudável e “boa parideira”, ao menos se permita o direito de escolha.

Há poucos dias, conversando com uma amiga, tive confirmada minhas impressões. Ela se queixava, num tom de voz muito triste, de sentir-se obrigada a ter sua filha numa cesariana porque seu médico já havia marcado dia e hora.Quando ela questionou essa atitude e disse que gostaria de tentar um parto normal ele argumentou já ter feito a solicitação ao plano de saúde e estando de posse da liberação seria melhor não desmarcar a cirurgia. Essa mãe não teve direito de escolha. Em nossa conversa ela dizia querer sentir que a filha estava pronta, “quero entrar em trabalho de parto e não retirar meu bebê”.

Vendo um programa de TV de um canal americano me senti ainda mais triste e indignada. Lá, as grávidas se esforçam, desejam, são encorajadas e desfrutam do direito de ver seus filhos nascerem naturalmente. São monitoradas, assim como seu bebê, até o momento do parto. Anestesiadas, participam do trabalho sem sofrimento e o procedimento cirúrgico só acontece quando há uma complicação eminente.

Vale a pena esclarecer às brasileiras, que um médico ganha para fazer a cesariana quase 6 vezes mais que com um parto normal. Sendo assim, será mesmo para o bem das pacientes esse excesso de cirurgias?

Estude as duas possibilidades, exercite-se, alimente-se bem e procure informações sobre o assunto. Lembre que nossas mães e avós tiveram seus filhos de parto normal.

Tive meus filhos de parto normal, cada um foi uma experiência diferente, e sim, há dor, principalmente quando recorremos a hospitais públicos, mas é suportável...

O legal é entender que além da dor há uma emoção e um prazer inenarrável.

Eu de fato coloquei meus filhos no mundo. Senti cada momento e realmente participei desse milagre e proporcionei a eles uma chegada mais segura a esse nosso mundo.

Pensem nisso, escolham com calma, questionem mulheres felizes, procurem informações científicas e tenham um bom parto!

Beijos a todos, e até a próxima!

Paloma Lopes

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