A liberdade de imprensa está em risco na Venezuela. O CNP (Colégio Nacional de Jornalistas da Venezuela) denunciou ontem, 15 de outubro, o fechamento de 46 estações de rádio em sete estados do país. Todas foram retiradas do ar pelo regulador de telecomunicações nos últimos quatro meses.
A secretária-geral do CNP, Delvalle Canelón, explicou à Agência EFE que esses fechamentos estão ocorrendo desde julho pela Conatel (Comissão Nacional de Telecomunicações), que não apenas ordena que as emissoras saiam do ar, assegurou, mas também “apreende os equipamentos de transmissão” dessas plataformas, ação que qualificou de “roubo”.
A jornalista explicou que os fechamentos registrados até agora ocorreram nos estados de Zulia (19), Cojedes (14), Sucre (4), Yaracuy (3), Portuguesa (2), Carabobo (2) e Barinas (2).
“Estamos preocupados porque isso representa um novo ataque do governo à sua chamada hegemonia da comunicação, que está cada vez mais se aproximando dos poucos meios de comunicação restantes”, declarou Delvalle.
Segundo a jornalista, a entidade reguladora negou a essas estações a licença para operar regularmente, apesar de terem apresentado a documentação necessária para esse fim em várias ocasiões. Acrescentou que nos últimos meses ordenou também a retirada do ar de programas de informação radiofônica que transmitem comentários ou fazem queixas da comunidade “que vão além daquilo que eles [o Estado] consideram ser liberdade de expressão”.
Em sua conta no Twitter, o CNP denunciou que esses eventos “contribuem para a política de censura promovida pelo Estado venezuelano”, que põe o país e seus cidadãos no “maior limiar do obscurantismo da informação”.
O sindicato dos jornalistas lembrou que informar não pode representar um crime e que a liberdade de informação e expressão é direito humano garantido na Constituição venezuelana.
No dia 12 de agosto, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Imprensa pediu ao Provedor de Justiça que mediasse para que cesse “o ataque contra as rádios e outros meios de comunicação” no estado de Cojedes, onde seis estações foram retiradas do ar pelo regulador de telecomunicações em julho.
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