Dando continuidade a nossa série especial da Semana da Mulher, trouxemos para vocês a história de Ida da Silva Rêgo. Mais uma das brilhantes mulheres que transformaram o passado de Ilhéus.
Em 1967, com 19 anos de idade, Ida Regô foi eleita a mais jovem vereadora do Brasil. Candidata pelo MDB, Ida recebeu 879 votos naquele pleito, o que a colocou como segunda colocada no resultado municipal, uma façanha para qualquer mulher daquela época.
Essa jovem mulher representou a participação da juventude na política ilheense, um marco para a conscientização da importância da mulher e dos jovens na esfera legislativa municipal. O seu plano de atuação incluía os distritos de Sambaituba e Maria Jape, a conclusão do Porto do Malhado e a industrialização do cacau no próprio município.
Na Câmara de Vereadores, Ida se destacou pelos seus inflamados discursos e pela oposição ferrenha ao então prefeito Nerival Rosa Barros.
Sempre à frente de seu tempo, após assumir a função de parlamentar na Câmara Municipal, Ida Rêgo se dirigiu até Brasília, onde esteve em audiência com o presidente da República, Artur da Costa e Silva, apresentando reivindicações em favor do município de Ilhéus. Após o encontro, o general teria dito: "Mas é ainda uma menina!".
Seu mandato de vereadora era a todo instante ameaçado de cassação, pois Ida dirigia duras e insistentes críticas ao governo federal.
Ida Rêgo era casada com o comerciante e jornalista José Fernandes Rêgo e filha de Antônio Viana. Seu legado para as mulheres de Ilhéus foi a determinação e o destemor em romper paradigmas. Foi, com toda certeza, uma influenciadora de jovens mulheres, despertando o eleitorado feminino para a necessidade de maior participação nas decisões políticas do município.
Fontes: Revista "Manchete", edição 783, 1967; "Diário de Notícias" (RJ), 27/12/1966 e 23/4/1967; "Tribuna da Imprensa" (RJ), 24/4/1967.
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