quinta-feira, 18 de agosto de 2022

Gel feito com teia de aranha consegue regenerar fibras do corpo humano



Em um estudo publicado na revista Nature Communications, o Instituto Karolinska, na Suécia, e a Universidade Sueca de Ciências Agrícolas divulgaram os primeiros resultados de sua mais recente pesquisa científica na área da saúde: Um gel feito a partir da teia de aranha, que ajudará a proteger proteínas e regenerar fibras do corpo humano.

“Temos um longo caminho a percorrer, mas o fato de a solução formar rapidamente um gel à temperatura corporal e de a seda da aranha ter se mostrado bem tolerada pelo corpo é promissor”, disse, em nota, Tina Arndt, uma das cientistas envolvidas no estudo.

A capacidade das aranhas de produzir, em frações de segundo, fibras resistentes a partir de uma solução da proteína da seda despertou a curiosidade dos suecos. Através dessa observação, os cientistas concluíram que podem trazer enorme evolução à medicina regenerativa. Uma substância presente no composto produzido pelo aracnídeo, chamada domínio N-terminal, é a grande aposta dessa pesquisa científica.

A matéria-prima da teia de aranha é a seda, que consiste em um conjunto de proteínas enfileiradas que ficam armazenadas no organismo do aracnídeo em estado líquido. Quando essas proteínas são lançadas, se tornam sólidas, elásticas e resistentes. Foi exatamente esse material que foi transformado em um gel injetável para aplicações médicas.

O novo estudo mostra que essa substância tem a capacidade de mudar de forma e se transformar em pequenas fibras que fazem com que a solução de proteína seja convertida em um gel, se incubada a 37º C. Além disso, pode ser fundida a proteínas funcionais que preservam o papel delas.

A descoberta poderá ser utilizada na engenharia de tecidos e para controlar a liberação de medicamentos no organismo.

“Desenvolvemos um método completamente novo para criar um gel tridimensional de seda de aranha que é capaz de ser projetado para fornecer diferentes proteínas funcionais”, afirma, em nota, Anna Rising, líder do grupo de pesquisa do Departamento de Biociências e Nutrição do Karolinska Institutet e professora do Departamento de Anatomia, Fisiologia e Bioquímica da Universidade Sueca de Ciências Agrícolas.

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