A Bahia lidera o ranking de estados com o maior quantitativo de crianças de até um ano internadas por desnutrição na rede pública de saúde no último ano. Salvador, por sua vez, é a primeira capital brasileira no ranking de hospitalizações de crianças menores de 1 ano, por desnutrição. Isso é o que mostram os dados divulgados pelo Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância) na última segunda-feira, 23 de janeiro.
Na maioria das vezes, a desnutrição acontece por alguma doença que impede a absorção de nutrientes, por ingestão quase que exclusiva de alimentos industrializados, pouco nutritivos, ou privação de alimentos devido à condição sócio-econômica. Em todos os casos há desequilíbrio nutricional. No caso da Bahia, essa realidade ainda é mais grave: a privação de alimentos é apontado como principal motivo para os casos que chegam aos hospitais do estado.
No caso de Salvador, a desnutrição infantil seria um reflexo das condições sociais de parte da população da capital. Na cidade, 40,9% das famílias vivem algum nível de insegurança alimentar, segundo pesquisa da Universidade Federal da Bahia (Ufba), feita entre 2018 e 2020
A pesquisa, que é uma parceria da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com o Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto (Unifase), de Petrópolis (RJ), em todo o Brasil, registrou 2754 bebês que foram parar em unidades hospitalares em decorrência da deficiência de nutrientes essenciais ao funcionamento adequado do organismo.
Deste somatório levantado, 480 pacientes são baianos. O número é maior que o registrado nas outras 26 unidades da federação. Logo atrás da Bahia, estão, em hospitalizações, o estado do Maranhão (com 280 casos), São Paulo (com 223 casos) e Minas Gerais (com 205 casos).
A pesquisa do Observa Infância considerou os dados constantes no Sistema de Informações Hospitalares (SIH), base do Ministério da Saúde (MS).
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