terça-feira, 2 de dezembro de 2025

“Eu escolho não fechar os olhos”: o movimento em torno de Tim Ballard, O Som da Liberdade e Guerra Oculta


Nos últimos dois anos, o nome de Tim Ballard — ex-agente que inspirou o filme O Som da Liberdade — passou a figurar em focos de apoio ao combate internacional do tráfico de pessoas. No Brasil, o debate ganhou uma nova intensidade depois da aproximação entre Ballard e a produtora e plataforma Brasil Paralelo, que tem promovido exibições, entrevistas e um documentário complementares à narrativa do longa. O fenômeno não é apenas cinematográfico: transformou-se em movimento de defesa e visibilidade sobre tráfico humano, reunindo ativistas, políticos e influenciadores que decidiram “não fechar os olhos”.

Lançado originalmente nos Estados Unidos com forte apelo dramático, Sound of Freedom (que estreiou internacionalmente e repercurtiu em 2023) narra a história de um agente que abandona o posto para resgatar crianças de quadrilhas de tráfico sexual — e teve circulação e repercussão impressionantes fora dos circuitos tradicionais de Hollywood. O longa alcançou visibilidade massiva, alimentando debates sobre o papel do cinema na denúncia de crimes transnacionais e na mobilização de audiências em torno de causas sociais.

No Brasil, a Angel Studios e a produtora Brasil Paralelo firmaram ações conjuntas para difundir o filme e materiais correlatos, argumento que stakeholders brasileiros usam para estimular a formação de redes de enfrentamento ao tráfico e de conscientização pública. 

Ampliando oo debate em torno do tema, a Brasil Paralelo lança o documentário Guerra Oculta, uma produção que registra operações reais realizadas por Tim Ballard e sua equipe para resgatar crianças vítimas de tráfico humano e exploração sexual, especialmente em zonas de guerra e contexto de grande vulnerabilidade social.

Esse filme assume um papel crucial no combate ao tráfico de pessoas porque expõe, sem dramatização ou filtro, a dura realidade por trás das estatísticas: cidades destruídas por conflitos onde crianças desaparecem, famílias fugindo, e criminosos se aproveitando do caos para aliciar menores.

Ao apresentar imagens de resgates reais, operações de rastreamento e relatos de agentes sobre como essas redes atuam globalmente, Guerra Oculta convida o espectador a enxergar o tráfico humano como um problema urgente, palpável e global — e não apenas como assunto de notícias distantes.

Em suma: Guerra Oculta não é apenas um documentário — é um alerta. Sua importância reside em dar visibilidade ao que muitas vezes permanece oculto — e, ao fazê-lo, mobilizar a consciência pública contra a omissão e em defesa dos mais vulneráveis.

A aproximação pública com o tema no Brasil passou também por entrevistas e encontros. A vereadora de São Paulo, Ana Carolina Oliveira — que, publicamente, usa sua história pessoal e atuação política para pautar proteção a crianças e mulheres — participou de encontros e entrevistas ligadas ao documentário e ao trabalho de Ballard, sendo citada como uma das figuras que “abraçaram” a causa no país. Sua participação em conteúdos ligados à Brasil Paralelo ajudou a legitimar a circulação do material entre audiências brasileiras interessadas no tema.

Entre outras vozes, a influenciadora Amanda Buttchevits e a jornalista Cristina Graeml foram associadas às ações de divulgação e debate no Brasil — ambas com presença nas redes e participação em eventos e conteúdos relacionados ao tema. Essas personalidades contribuíram para levar o problema do tráfico humano a diferentes bolhas sociais — das redes privadas ao espaço público político — e por isso merecem reconhecimento pela mobilização em torno do assunto.

Parabenizo publicamente a vereadora Ana Carolina Oliveira, a influenciadora Amanda Buttchevits e a jornalista Cristina Graeml pela disposição em trazer atenção a uma pauta tão difícil: é imprescindível que vozes públicas usem seu alcance para iluminar temas que, por muito tempo, ficaram fora do foco do debate cotidiano.

A atuação de produtoras como a Brasil Paralelo — ao distribuir, contextualizar e produzir documentários e entrevistas — demonstra o poder das plataformas nacionais em reformatar narrativas internacionais para o público local. Isso tem consequências práticas: mais espectadores podem significar maior pressão política por políticas públicas de combate ao tráfico, mais doações para ONGs e mais atenção das forças de segurança.

“Eu escolho não fechar os olhos” é, ao mesmo tempo, um slogan e um desafio jornalístico. Ele convoca cidadãos e instituições a olhar, informar-se e agir diante de crimes que ultrapassam fronteiras. É louvável que figuras públicas no Brasil — de vereadoras a jornalistas e influenciadores — usem sua visibilidade para alertar a sociedade. Ao mesmo tempo, cabe à imprensa, às plataformas e à sociedade civil manter um equilíbrio: apoiar vítimas e investigações legítimas, e ao mesmo tempo exigir transparência e responsabilidade de todos os envolvidos.

Fontes selecionadas: Brasil Paralelo (cobertura da visita de Tim Ballard e parcerias), matérias internacionais sobre Sound of Freedom, e perfis públicos/entrevistas digitais que registram a participação de Ana Carolina Oliveira, Amanda Buttchevits e Cristina Graeml.
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segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Governo Federal reduz estimativa do salário mínimo para 2026


O Governo Federal revisou para baixo a projeção do salário mínimo para o ano de 2026. Segundo os novos cálculos do Ministério do Planejamento e Orçamento, o valor estimado passou de R$ 1.631 para R$ 1.627. A estimativa anterior constava no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO), elaborado pela equipe econômica do governo e enviado ao Congresso Nacional em agosto. A alteração de R$ 4,00 a menos deve-se à atualização dos índices econômicos utilizados na fórmula de correção.

A política de valorização do salário mínimo considera dois fatores principais: a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e o crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB).

Embora a redução pareça pequena para o trabalhador individualmente, ela possui um impacto significativo para os cofres públicos. O salário mínimo serve de base para o pagamento de benefícios previdenciários e assistenciais. Estima-se que cada R$ 1,00 de aumento no mínimo gere uma despesa adicional de milhões de reais ao orçamento.

Caso confirmado, o valor de R$ 1.627 representará um aumento de 7,3% em relação à base de referência atual mencionada pelo governo. A análise da revisão orçamentária deve passar pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso Nacional, com previsão de pauta para esta quarta-feira (3), seguindo posteriormente para votação em plenário por deputados e senadores.
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Contran aprova novas regras para CNH e encerra obrigatoriedade das autoescolas


O Contran (Conselho Nacional de Trânsito) aprovou nesta segunda-feira (1º) norma que põe fim na obrigatoriedade de fazer autoescola para tirar CNH (Carteira Nacional de Trânsito). A nova regra passa a valer após publicação no DOU (Diário Oficial da União), previsto para os próximos dias.

A resolução integra um conjunto de medidas formuladas pelo Ministério dos Transportes que busca ampliar o acesso à CNH. Segundo a Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito), cerca de 20 milhões de brasileiros dirigem sem carteira de habilitação. Com o fim da obrigatoriedade de se fazer autoescola, o Governo Federal estima que o custo do processo caia 80%.

A norma aprovada pela Contran dá ao candidato autonomia para decidir o formato das aulas teóricas. Ele poderá optar por realizar a etapa de forma on-line ou presencial por meio de um curso oferecido pelo Ministério dos Transportes, em escolas públicas de trânsito, em instituições credenciadas no Sistema Nacional de Trânsito ou em autoescolas. Também não será mais obrigatório cumprir com a carga horária minima de 45 horas.

Para as aulas práticas, foi instituído o cargo de “instrutor autônomo”. Assim, o aluno não precisará fazer essa etapa em autoescola. Ele também poderá utilizar o próprio carro na prova. Uma segunda tentativa poderá ser agendada sem custos adicionais. E, não é necessário cumprir com a carga horária de 20 horas-aula.

Além disso, o prazo de vencimento do processo passa a ser indeterminado. Antes, o candidato tinha até 12 meses para tirar a CNH.

As provas teórica e práticas continuam a ser obrigatórias. Também permanece a necessidade de coletar biometria, fazer avaliação psicológica e realizar exame de aptidão física.
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domingo, 30 de novembro de 2025

Número de mortos em incêndio em Hong Kong sobe para 146 e milhares prestam homenagem às vítimas


Pelo menos 146 pessoas morreram no incêndio devastador que destruiu um conjunto de prédios em um complexo residencial em Hong Kong.

A polícia informou o número atualizado de vítimas em uma coletiva de imprensa, hoje, domingo (30/11), alertando que "não se pode descartar a possibilidade de mais vítimas fatais".

Outras 79 pessoas ficaram feridas e 150 continuam desaparecidas, ainda segundo as autoridades.

Sete dos oito blocos de apartamentos, localizados no distrito de Tai Po, ao norte de Hong Kong, pegaram fogo na quarta-feira (26/11).

A possibilidade de que as chamas tenham se alastrado com rapidez por conta de presença de materiais inflamáveis usados na reforma pela qual passava o complexo, como folhas de plástico e poliestireno, têm gerado indignação e preocupação entre os locais.

Milhares de pessoas se reuniram na área do Wang Fuk Court no domingo para prestar homenagem às vítimas, com filas que se estendiam por quase 2 km.

O número de mortos vem aumentando desde o início do incêndio, enquanto as autoridades trabalham para recuperar e identificar os corpos.

A causa exata do incidente ainda não foi determinada. Oito pessoas foram presas sob suspeita de corrupção relacionada às obras de renovação que estavam sendo realizadas nas torres, enquanto outras três foram detidas sob acusação de homicídio culposo.
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quarta-feira, 26 de novembro de 2025

STF suspende todos os processos sobre atrasos e cancelamentos de voos


O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, determinou nesta quarta-feira (26/11) a suspensão de todos os processos judiciais que tratam da responsabilização de empresas aéreas por danos decorrentes de cancelamento, alteração ou atraso de transporte em tramitação no país. A decisão foi tomada em um recurso extraordinário com agravo com repercussão geral reconhecida (Tema 1.417).

A medida atende a um pedido da companhia aérea Azul, autora do recurso, e da Confederação Nacional do Transporte (CNT), admitida como interessada no processo (amicus curiae). Entre outros argumentos, elas alegaram que a matéria tem gerado entendimentos divergentes no Poder Judiciário, com umas decisões que aplicam o Código de Defesa do Consumidor e outras que usam o Código Brasileiro de Aeronáutica. O resultado é o tratamento desigual em casos idênticos, “comprometendo a isonomia e sobrecarregando o sistema de Justiça com demandas repetitivas”. Além disso, sustentam que o alto índice de litigância relacionada ao transporte aéreo compromete a segurança jurídica e a competitividade do setor.

Na decisão, Toffoli considerou que, diante do cenário apresentado nos autos, a suspensão nacional de processos até o julgamento definitivo do recurso extraordinário pelo STF é uma medida “conveniente e oportuna”. Segundo ele, a providência, prevista no artigo 1.035, parágrafo 5º, do Código de Processo Civil, pode evitar “tanto a multiplicação de decisões conflitantes quanto a situação de grave insegurança jurídica daí decorrente”, que afeta tanto as empresas de transporte aéreo quanto os consumidores desse serviço.

O caso concreto teve início em uma ação movida por um passageiro contra a Azul por causa de atraso e mudança no itinerário contratado. A 5ª Turma Recursal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, com fundamento no CDC, condenou a empresa a indenizar o passageiro por danos materiais e morais. A companhia recorreu ao Supremo, que reconheceu a repercussão geral da matéria, ou seja, a tese a ser fixada valerá para os demais processos semelhantes no Judiciário.

No julgamento de mérito, ainda sem data prevista, o Plenário decidirá se a responsabilidade do transportador aéreo pelo dano decorrente de cancelamento, alteração ou atraso do transporte contratado deve ser regida pelo Código Brasileiro de Aeronáutica ou pelo Código de Defesa do Consumidor, considerando os princípios da livre iniciativa e as garantias de segurança jurídica, proteção ao consumidor e reparação por dano material, moral ou à imagem.
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STF derruba revisão da vida toda para aposentadorias


O Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu, nessa terça-feira (25/11), o julgamento sobre a chamada “revisão da vida toda” do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), e, por oito votos a três, cancelou a tese. Porém, os ministros decidiram que os aposentados que receberam valores decorrentes de decisões judiciais, até 5 de abril de 2024, não terão de devolver o dinheiro. O instituto, porém, poderá reduzir os pagamentos futuros.

O Supremo também revogou a suspensão dos processos que tratem sobre o tema – que estavam parados desde julho de 2023.

A chamada revisão da vida toda é uma tese judicial que buscava incluir, no cálculo da aposentadoria, as contribuições feitas antes de julho de 1994 – quando o real começou a circular. Seriam, portanto, contribuições nas moedas anteriores.

Em 2022, o STF estabeleceu que os aposentados poderiam incluir as contribuições anteriores ao Plano Real, permitindo que o segurado escolhesse a forma de cálculo que considera mais favorável. Porém, após questionamentos do INSS, o Supremo derrubou a tese, com o entendimento de que a regra de transição do fator previdenciário, utilizada para o cálculo do benefício dos segurados filiados antes da Lei 9.876/1999, é de aplicação obrigatória – e que o segurado não pode escolher o cálculo que considerar mais benéfico.

Com a decisão, quem contribuía antes de 1999 permanece na regra de transição, que exclui salários anteriores a 1994, e quem entrou depois segue o fator previdenciário, que considera toda a média salarial.

Votação

O julgamento foi realizado em plenário, ou seja, todos os ministros do Supremo avaliaram o tema. O placar ficou oito a três, com os votos da seguinte maneira:

Ministros que acolheram o pedido do INSS, e votaram para cancelar a tese: Alexandre de Moraes (relator), Cristiano Zanin, Gilmar Mendes, Luis Roberto Barroso (hoje aposentado), Cármen Lúcia, Nunes Marques, Dias Tóffoli e Luiz Fux.

Ministros que rejeitaram o pedido: André Mendonça, Rosa Weber (hoje aposentada) e Edson Fachin.
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sábado, 22 de novembro de 2025

Homens armados sequestram mais de 300 alunos em escola católica na Nigéria


Homens armados sequestraram mais de 300 alunos de uma escola católica particular no estado de Níger, no centro-norte da Nigéria, segundo as autoridades.

O sequestro no estado de Níger, que faz fronteira com Abuja, capital da Nigéria, ocorre após um ataque semelhante a uma igreja por homens armados no estado vizinho de Kwara, no início da semana.

Durante o ataque à igreja, pelo menos duas pessoas foram mortas e vários fiéis, incluindo o pastor, foram sequestrados.

Além disso, nesta semana, homens armados sequestraram 25 estudantes do sexo feminino durante uma invasão a um internato feminino do governo no estado de Kebbi, no noroeste do país.

A vice-diretora da escola foi morta a tiros durante o ataque.

Apesar de alguns alunos terem conseguido escapar durante o ataque dessa sexta-feira (22 de novembro), a CAN (Associação Cristã da Nigéria) informou que 303 alunos e 12 professores foram sequestrados, atualizando o número anterior de 215 alunos. Alguns têm apenas dez anos de idade.

O número foi atualizado após um censo final, segundo o presidente da seção do estado de Níger da CAN, o reverendo Bulus Dauwa Yohanna.

Ele visitou a Escola St. Mary na sexta-feira para se encontrar com os pais das crianças sequestradas.

Yohanna afirmou que os outros 88 alunos "também foram capturados depois de tentarem escapar" durante o ataque, acrescentando que os alunos eram meninos e meninas, com idades entre 10 e 18 anos, conforme relatado por seu porta-voz, Daniel Atori, à CNN no sábado.

As autoridades anunciaram o fechamento temporário de algumas escolas federais e estaduais no norte da Nigéria após o sequestro de sexta-feira, como medida preventiva para evitar novas ocorrências.
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Ex-presidente Jair Bolsonaro é preso em Brasília (DF)


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi preso na manhã de sábado (22), em Brasília (DF). A Polícia Federal (PF) informou que cumpriu mandado de prisão preventiva, expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da Petição 14129. A medida substitui a prisão domiciliar que havia sido imposta anteriormente e decorre de novos elementos que suspotamente indicariam risco concreto de fuga e ameaça à ordem pública, especialmente diante da iminência do trânsito em julgado da revisão da Ação Penal (AP) 2668.

Segundo o STF, a decisão baseou-se em fatos recentes apresentados pela PF, com aval da Procuradoria-Geral da República (PGR). Entre eles, está a violação do equipamento de monitoramento eletrônico às 0h08 do dia 22, com indícios de tentativa de rompimento da tornozeleira.

O memorando do Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (Cime), anexado aos autos, relata que o sistema registrou um alerta de violação na madrugada do sábado. A equipe de escolta foi imediatamente encaminhada ao local e constatou que o dispositivo apresentava “marcas de queimadura em toda sua circunferência” e tentativa de abertura no ponto de fechamento. De acordo com o documento, Bolsonaro afirmou ter utilizado um ferro de solda para tentar abrir o equipamento. A tornozeleira precisou ser substituída.

Além da tentativa de violação, o ministro também citou que o senador Flávio Bolsonaro (PL) convocou no dia anterior (21), pelas redes sociais, uma vigília em frente à casa onde o ex-presidente cumpria prisão domiciliar desde 4 de agosto.

Em sua decisão, Moraes destacou ainda que o condomínio onde o réu reside fica a aproximadamente 13 km do Setor de Embaixadas Sul, na capital federal, onde está localizada a Embaixada dos Estados Unidos. O ministro também lembrou que, conforme apurado nos autos, Bolsonaro já havia planejado, em investigação anterior que resultou em sua condenação, fugir para a Embaixada da Argentina, por meio de pedido de asilo político.
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