Política, uma coisa muito controversa. Uns gostam outros detestam. E ainda tem aqueles que nem ligam.
Francamente, não costumo me envolver muito com este assunto. Mas como as eleições estão aí, o tema fica meio à baila.
Falar sobre processo eleitoral desdobra-se sobre vários aspectos. Poderia tecer mil comentários, abordar várias facetas. Mas hoje vou discorrer sobre algo que até então não havia refletido muito: o resultado das eleições para vereador.
Fala sério, você alguma vez já se deparou com a listagem final que contém esses resultados? Eu já, mais de uma vez. Mas foi somente agora que atentei: além dos mais votados, há uma infinidade de candidatos que recebem pequena quantidade de votos, às vezes menos que 100.
Vendo os eleitos, com mais de 2 mil votos, pergunto quantos de seus eleitores realmente sabiam em quem votavam. Quantos conhecem o candidato ou seus projetos para a cidade. Quantos votaram por acreditar nas ideologias defendidas por seus eleitos.
Sinceramente não sei estimar quantos.
Tive a chance de entrevistar eleitores e questioná-los sobre as razões que são determinantes na escolha do candidato. Ouvi algumas respostas inimagináveis:
- Gente que vota só em quem está em primeiro lugar nas pesquisas porque o candidato será vencedor;
- Quem só vota em rico;
- Gente que vota naquele que distribui peixe na Semana Santa e frango no Natal;
- Quem trocou o voto por saco de cimento ou telhas de eternit;
- Gente que nem sabia em quem votar e pegou um "santinho" qualquer na porta do local de votação;
- Quem sempre vota no mesmo candidato;
- E ainda há quem só vote em “Doutor”.
É justamente aqui que retomo a questão dos candidatos menos votados.
Quem vota nesses candidatos geralmente tem motivos muito palpáveis: conhecem bem o candidato, já conversaram sobre projetos e planos de trabalho. São eleitores mais próximos, que realmente acreditam em seus escolhidos.
Todos deveriam ser assim.
Democracia é para todos.
A política deveria aproximar o povo e os governantes, estabelecer uma relação co-participativa que direcionasse os interesses coletivos rumo à concretização próspera e igualitária de uma cidade melhor, um país melhor.
Vamos pensar melhor.
Nos esforçarmos para criar uma nova consciência coletiva de responsabilidade social.
Sim, saber escolher nossos representantes é o primeiro passo para a estruturação de um futuro realmente democrático e livre de desigualdades.
Pare e pense: será que você realmente conhece o vereador em quem votou?
Ou será que está esperando o peixe e o frango?
9 comentários:
Concordo com o que vc disse. Eu mesmo votei em um vizinho. Meu conhecido de muito tempo, uma pessoa que acredito poderá ser um bom vereador.
É Verdade, tem muita gente vendendo o voto pr aí. Proposta para isso é que não falta. Teve candidatop bem votado que comprou o voto por 50 reais. Abafa o caso.
Uma vergonha justificar que só vota em quem é rico ou "doutor". Será se esse nosso Brasil ainda tem jeito?
Só hopje é que li este post. Muito bom. Todos deveríamos refletir mais sobre o tema. Abraços.
Mesmo caso de Michele, só vi o post hoje. Gostei muito, Barbara.
Hoje em dia não existe mais política, só politicagem. Ótimo post.
O povo ainda tem que entender que não é nem pelo peixe, nem pelo frango. É por nós mesmos. Vender voto não é falta de instrução. É falta de ética, de príncipios. É um monte de burro achando que tá dando uma de esperto. Que miséria.
Faça-me o favor. Eleições no Brasil é piada. Mas talvez sua sugestão não seja de todo ruim. A proximidade realmente favorece o conhecimento pessoal.
Como disse meu amigo Thomas, a reflexão é mesmo válida, Barbara.
Valeu!
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