O dia 5 de setembro foi escolhido para celebrar a região amazônica como homenagem à data em que foi criada a Província do Amazonas, em 1850, por D. Pedro II, nos termos da Lei nº 582, de 5 de setembro de 1850. A província é hoje o atual estado do Amazonas. A data também marca o Dia Internacional da Mulher Indígena.
A importância vital da região amazônica para o Brasil e para o planeta é inconteste. Suas abundantes fauna e flora, sua biodiversidade - fonte de matérias-primas de medicamentos e alimentos - bem como a riqueza cultural e humana das comunidades que a habitam, fazem da região fonte de vida para o mundo! Porém, diante das ameaças que vem sofrendo, com a intensificação de sua ocupação desordenada e a exploração não-sustentável de seus recursos, nunca foi tão importante conhecer e refletir sobre a Amazônia!
O nome do Estado do Amazonas tem origem na disputa ocorrida em 1542, entre o desbravador espanhol Francisco Orellana, em viagem pelo Amazonas, e as índias conhecidas como Ycamiabas, grandes índias guerreiras, tais como as amazonas narradas na mitologia grega. O embate foi relatado pelo frei espanhol Gaspar de Carvajal, que fazia parte da expedição de Orellana. Na narrativa, as mulheres guerreiras da tribo vencem os exploradores, onde hoje está localizado o município de Nhamundá, distante 382 quilômetros de Manaus.
Embora não tivessem maridos, as icamiabas tinham filhos. Segundo a lenda, uma vez ao ano, em noites de lua cheia, elas realizavam uma cerimônia sagrada para a deusa Yaci, a mãe-lua, no lago Yaci Uarua (Espelho da Lua). Convidavam os índios guacaris, que habitavam os arredores e, nesse dia, tinham relações sexuais com eles sob a bênção da mãe-lua. Após o ritual amoroso, mergulhavam no lago e buscavam no fundo um barro com o qual moldavam um amuleto chamado muiraquitã e davam aos seus parceiros para dar sorte. Depois de meses, nasciam várias crianças: se fosse um menino, eram entregues aos guerreiros para criá-los; se fosse uma menina as icamiabas criavam.
O amuleto produzido pelas guerreiras amazonas é citado em Macunaíma, um clássico modernista* de Mário de Andrade, publicado em 1928. O herói sem caráter passa quase toda a história percorrendo o Brasil à procura de um muiraquitã que perdeu depois de ganhá-lo de sua eterna paixão, uma índia icamiaba.
Amazônia Legal
A Amazônia Legal é uma área que engloba nove estados do Brasil pertencentes à bacia Amazônica, instituída pelo governo federal via Lei nº 1.806/1953, reunindo regiões de idênticas características, com o intuito de melhor planejar o desenvolvimento sócio-econômico da região.
A atual área de abrangência da Amazônia Legal corresponde à totalidade dos Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins e parte do estado do Maranhão (a oeste do meridiano de 44º de longitude oeste). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os limites da Amazônia Legal (2021) perfazem uma área de 5.015.067,86 km², correspondente a cerca de 58,93% do território nacional.
Povos Indígenas
A Amazônia brasileira abriga o maior número de povos indígenas isolados conhecidos no planeta. No Brasil, apenas um deles vive fora do bioma, os AváCanoeiro, que ocupam porções de Tocantins e Goiás. A Funai (Fundação Nacional do Índio) contabiliza oficialmente 114 registros da presença desses grupos no país e 19 terras indígenas habitadas por grupos indígenas de recente contato.
Para denominar esses grupos que vivem de maneira autônoma, o Estado brasileiro usa o termo jurídico-administrativo “isolados”. No campo do indigenismo, porém, existem outros: “autônomos”, “resistentes”, “ocultos”, “não contatados”, “em isolamento voluntário” ou “povos livres”.
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