terça-feira, 9 de março de 2010

Quanto vale o Amor?

Li em algum lugar que o verdadeiro motivo de encontrarmos reproduções das telas de Monet em tantos consultórios médicos e odontológicos, é que elas teriam um efeito calmante sobre os pacientes.

Muito interessante essas associações entre arte, sensações e emoções.

Ao olhar uma tela ou uma escultura é automática a associação e interpretação. Coisas muito subjetivas e, totalmente, dependente de diversos fatores como: cultura, momento histórico, nível sócio-econômico, e por aí vai.

Especialistas e mais especialistas se desdobram na investigação da máquina mais perfeita de todas: O Cérebro. Buscam incansavelmente explicações científicas para o que sentimos. Tentam constituir o que, amadoramente, chamo de Racionalização do Sentimento.

E falando nisso, não posso deixar de comentar a entrevista do psicólogo americano Jerome Kagan, publicada da Revista Veja n° 2150, do dia 30/01/2010.

Estava lá, animada em minha leitura, quando me deparei com um trecho bastante controverso:

Jornalista: O Amor de mãe é condição necessária para a saúde mental da criança no futuro?

Jerome Kagan: É conversa fiada. As crianças tomam consciência de si mesmas por volta dos 2 anos de idade. Quando isso acontece, a criança, para crescer mentalmente saudável, precisa acreditar que pelo menos um dos pais a valoriza. Pode ser a mãe ou o pai, não necessariamente a mãe. Observe: eu usei o verbo valorizar, não o verbo amar.



Pode parar!!!

Aliás, para tudo!!!

Como é?

OMFG!!!

De onde saiu isso?

De um especialista!!!!

Tudo bem, vamos respeitar a questão dos costumes.

Mas falar de amor como se fosse algo totalmente descartável e supérfluo é no mínimo prova de que não foi amado ou nunca se sentiu assim.

O que é isso?

Mais importante é ser valorizado do que amado?

Em minha singela existência nunca vi ninguém valorizar nada que não gostasse, não amasse.

Há uma grande dicotomia quando se diz que um filho não precisa ser amado e sim, valorizado.

Tenho absoluta certeza de que as mães do meu Brasil que amam seus filhos, os valorizam dos fios do cabelo aos dedos dos pés.

Pode até ser que as palavras do especialista tenham ferido o meu orgulho de mãe mas, vamos por os pingos nos IS.

O amor, independentemente, de ser filial, materno, conjugal ou fraternal, não pode ser suplantado como uma barata esmagada pelo rolo compressor da massificação de caráter, amplamente propagada pelo cultivo dos valores capitalistas.

Eis aqui o ponto chave. Foi a justa propagação de parâmetros “politicamente corretos” de comportamento e relações sociais que fundamentou a sociedade do TER, estabelecendo bases e pilares necessários à expansão capitalista.

Como resultado vemos as chocantes notícias de pais que matam filhos, filhos que assassinam pais, gente que em um “dia de fúria” é capaz de exterminar toda a família.

E por quê?

Porque não se sentiram valorizados?

Não!!!

Naturalmente, especulando, tais ocorrências decorrem realmente da implantação dos valores monetários: pais que impelem filhos a sempre visarem o lado financeiro, em detrimento a outros aspectos da vida. Incutem na criança a ideias de que brinquedo caro é brinquedo bom, roupas e sapatos devem ser de marca e que Deus os livre de terem que pegar um ônibus.

Bom, depois dessa lavagem cerebral, o que os pequenos podem concluir?

Apenas que o dinheiro é o que move o mundo. Para ser alguém é preciso TER dinheiro.

Neste redemoinho financeiro, o caráter, os valores morais e, principalmente, o amor, tornam-se fumaça.

Voltamos à questão do amor e da valorização.

Agora, depois desse singelo apanhado, será mesmo que valorizar o filho é suficiente para a formação emocional e moral dele?

Of course not!

Sabe, como disse sabiamente Roberta Paiva, minha amiga e colunista da Editoria Maternidade-Família daqui do Ideias:


"Enfim, acredito que a escolha de se ter um filho tem tudo a ver com a certeza de se querer criar um filho."


E como podemos acertar a medida?

Isso não possui receita pronta. Os ingredientes variam mas, com toda certeza um não pode faltar:



Amor


p.s. Aproveito para agradecer a todos os leitores e seguidores do Blog, pois completamos hoje 100 posts.

Valeu pessoal!!!!

12 comentários:

X disse...

Primeiro: Qnto teeempo!!
Segundo: Parabéns pelas cem postagens!!
terceiro: Vc sumiiu menina?!
Ei, a revista Veja tbm anda me decepicionando com algumas matérias (Eles fizeram uma com o Coldplay(banda q gosto) que pelo amor de Deus, que raiva q me deu da tal matéria). Essa daí, q vc falou então... Que sem noção!!
Bjus
menina

olharesdoavesso disse...

Não consigo ler veja desde antes de ser jornalista... A não ser em consultórios médicos e salas de espera no geral... Porque ou é isso ou fofoca hauahau Muito bem concatenado seu texto, uma coer~encia do fluxo de ideias bárbaros >D Seguir-te-ei tb heheh beijos ótim otexto, boa semana.

Gui Loureiro disse...

Valorizados, no sentido de receberem atenção, de receberem cuidados, carinhos, comida, bons tratos, ou seja, o conjunto de ações contidas no pacote do sentimento amor. Interesse posto ^^. Ah! E parabens pelo seu post nº 100. BJUU

X disse...

Oii Bárbara!! Tbm, toh cheia de coisas pra fazer da faculdade, de vez enquando tbm deixo meu blog abandonado!! ouhaouha...
Ah, a Brooke é muito fofa e poderosa!!hahaha
Ah, muita gente fala da série Gossip Girl, mas eu ainda não assisti!!
Tem até livros né?!
Um dia eu vejo!!
bjuuss
menina

Júlia Mello disse...

Esse especialista aí só poder ser um mal-amado mesmo... haha!
Sou uma romântica incorrigível. Apesar da correria do dia-a-dia, da desvalorização dos sentimentos, da descrença emocional por que passamos, continuo acreditando no amor incondicional - materno, paterno, fraterno, conjugal, que seja!

Parabéns pelo sucesso do blog!

Beijocas

Tainã Steinmetz disse...

Nossa, que confuso isso... pelo menos pra mim!

Tais Luso de Carvalho disse...

Oi, Bárbara, mas esse sujeito, o mal amado Jerome Kagan, deve estar com alguns probleminhas de ordem psicológica. Desde quando amor não é fundamental na infância, na adolescência, na maturidade e na velhice de alguém? Diga lá pra criatura que um feto já sente ser amado ou rejeitado. Que já foi comprovado em estudos sérios.E que aliás, essa falta, esta percepção ja criará alguns problemas futuros.

Poxa, assim não dá...

beijos, querida.
tais luso

Nivaldete disse...

Obrigada, Bárbara, pelo destaque em que incluiu o Lápis Virtual.É um bom estímulo! Seu blog é muito bom, também! Rico, variado. Um abraço grande.

marcelleba disse...

Oi menina querida, parabéns pelo belo blog e pelos textos coerentes aqui colocados.
Volto depois para comentar mais sobre o Impressionismo.
Beijos, eu

Anônimo disse...

Olá, desculpe invadir seu espaço assim sem avisar. Meu nome é Fabrício e cheguei até vc através Usuário Compulsivo. Bom, tanta ousadia minha é para convidar vc pra seguir meu blog Narroterapia. Eu sei que é um abuso da minha parte te mandar essa propaganda control c control v, mas quem escreve precisa de outro alguém do outro lado, além sinceramente gostei do seu comentário e do comentário de outras pessoas. Estou me aprimorando, e com os comentários sinceros posso me nortear melhor. Dei uma linda no seu texto, vou continuar passando por aqui...rs



Narroterapia:

Uma terapia pra quem gosta de escrever. Assim é a narroterapia. São narrativas de fatos e sentimentos. Palavras sem nome, tímidas, nunca saíram de dentro, sempre morreram na garganta. Palavras com almas de puta que pelo menos enrubescem como as prostitutas de Doistoéviski, certamente um alívio para o pensamento, o mais arisco dos animais.


Espero que vc aceite meu convite e siga meu blog, será um prazer ver seu rosto ali.


Abraços

http://narroterapia.blogspot.com/

Mulher em Percurso e Percalço disse...

Interessante e séria esta abordagem, ainda se considerármos a atual conjuntura em que vivemos. Me reporto para o fato de, quando partimos para observar que muitos de nós não conseguimos enxergar quando ou quanto nos abandonamos… Infelizmente, não compreendemos que teremos de lidar com o nosso abandono antes mesmo de compreender o quanto as relações (entre pais & filhos e/ou outra que seja), estão comprometidas. Tempos modernos? Questão de 'genes'? Acredito que o investimento em autoconhecimento (apesar do avanço na atualidade), ainda é muito pequeno para conclusivas de tantas indagações em torno dos seres humanos. Embora, estudiosos, especialistas de várias áreas, buscam explicar tudo que nos move. Enfim, tenho convicção de que o amor seja necessário em quaisquers relações, sendo que, o valor atribuido à cada uma forma de amar venha, consequentemente, gerar a quantidade e qualidade do "sentir-se" ou não valorizado. Por derradeiro, defendo que insistirmos em querer entender o "amor", no plano da razão, é sermos considerados loucos.
Grande bj, abraços para toda tua equipa.

carine disse...

Amor!
Love forever!
Como vivermos sem ele?
Esse especialista deve ser maluco ou muito mal amado.

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