Mitch
Greiff é contador das celebridades mais badaladas de Nova York.
Homem de hábitos esquisitos, tem pavor de novos programas de
computador e de quartos de hotel. Além disso, está de saco
cheio da sua vida ao lado de Patricia, uma mulher elegante, moderna e
bonita. Com dois filhos de caráteres duvidosos, ele não se sente
feliz ao lado de sua família. Um homem certinho demais, careta
demais, infeliz demais.
Mas
quando Mitch pensava que o fundo do poço era o que restava, ele se
envolve com Erica King, uma nerd careca e desleixada ao extremo com
sua aparência.
Até
aqui o livro conduz o leitor por uma historinha água com açúcar.
Mas só até aqui. A reviravolta começa quando o insuspeito contador
desaparece com 100 milhões de
dólares da conta de seus clientes. E o mistério fica no
ar:
-
Por que roubou os clientes?
-
Como foi capaz de fazer isso tão engenhosamente?
No
começo, suspeita-se de que a estranha esposa de Mitch saiba de
alguma coisa. Mas a pobre Patricia vivia em uma bolha encantada:
levava uma vidinha fútil, regada a compras, festas beneficentes,
academia e amantes. Do sumiço do marido ela nada sabia.
Apesar
de todo o alvoroço sobre a pessoa de Mitch, a personagem chave nesse
enredo é a apagadinha Erica. No decorrer da narrativa o leitor
entenderá como ela convenceu Mitch a deixar sua antiga vida e como
isso o meterá em confusões de toda sorte. Erica tem várias
identidades falsas e as utiliza para levar a vida de uma forma sui
generis. É justamente isso que fará com que Mitch, que não é nada
perspicaz, se dê muitíssimo mal.
Obra
aclamada pelas revistas femininas norte-americanas Elle e
Cosmopolitan, Não
é da sua conta é um livro com uma grande carga
emocional, apesar de tentar parecer ser um romance com toques de
comédia. Ele trata de temas como solidão a dois, complexo de
inferioridade, dramas da infância, mazelas da vida adulta, ambição
e falta de valores com clareza
e simplicidade. Seus personagens são imbuídos de uma veracidade
transparente. São retratados com todos os erros e acertos da vida
real.
Ah,
agora você quer saber como acaba a história de Mitch?
Não
conto! Perde a graça saber antes de ler!
Olha
um trechinho do livro...
Flynn
foi direto ao assunto:
-
Na sexta-feira do fim de semana antes do Dia do Trabalho, entre 11 e
15 horas, 57 transferência eletrônicas isoladas tiveram início a
partir de diversos laptops. Entre essas transferências, 48 envolviam
contas de clientes da Freidman, Greiff e Slavin, seis envolviam
contas de funcionários ou sócios da Freidman, Greiff e Slavin, e
três envolviam contas de colegas profissionais da Freidman, Greiff e
Slavin.
-
É preciso ressaltar que nós três fomos seriamente afetados –
disse Glenn Friedman, ofendido, apontando para Marty Slavin, o outro
sócio, e Jack Landau, o advogado. – E Marty e eu também fomos
atingidos de maneira coletiva, no que diz respeito à sociedade.
-
Naquele dia – prosseguiu Flynn -, foi transferido o total de US$
96.564.217,78 para diversas contas no estrangeiro, em vários países.
(...)
– Por que foi mesmo que a gente fez isso? Perguntou Mitch. –
Refresque a minha memória. (...)
-
Certo. – Ele assentiu com a cabeça, as mãos no colo, olhando para
fora.
-
Você queria fugir. – Erica tirou a tampinha do pote da salada de
repolho. - Você estava cansado de tudo que aconteceu na sua
vida e infeliz com todas as pessoas da sua vida, desde a sua esposa e
os seus filhos até o seu sócio.
Sobre
a autora
Valerie
Block nasceu e cresceu em Nova York. Ela tem mestrado em escrita
criativa pela Escola de Artes da Universidade de Columbia (EUA). Ela
mora perto de Nova York com o marido, o escritor Alexis Romay. Em sua
lista de romances estão:
-
WAS IT SOMETHING I SAID? (SoHo Press, 1998)
-
NONE OF YOUR BUSINESS (Ballantine Books, 2003) – Não é da sua conta
-
DON'T MAKE A SCENE (Ballantine Books, 2007)
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