Pois
é, foi assim que olhei a primeira vez para A
VOZ DO SILÊNCIO. Sem expectativa alguma. Mas confesso que foi
uma impressão totalmente equivocada.
O
livro surpreendeu.
A
história encanta por sua simplicidade.
Samara
é professora e vive com o marido e o filho. Ao conhecer Nádia, a
filha de sua faxineira, fica muito comovida. A menina de seis anos é
surda em consequência de sua mãe ter contraído rubéola durante a
gravidez. A professora quer ajudar a garota e proporcionar-lhe um
tratamento adequado. Para isso, terá de enfrentar uma batalha dura,
na qual vai se deparar com muitas surpresas, mas sempre de coração
aberto.
No
início veio a resistência de sua própria família, seu marido
Rodrigo e seu filho Gustavo foram contrários a ideia de trazer Nádia
para morar com eles. Mas a doçura da menina e a
persistência de Samara acabaram por vencer as barreiras da
convivência cotidiana.
Mas
os problemas de Nádia não estavam só na conquista dos corações
de Rodrigo e Gustavo. Sua jornada ainda estava no começo. Vários
obstáculos ainda estavam por vir. Primeiro a dificuldade de
encontrar tratamento, depois os entreves para achar uma escola para
crianças com deficiência auditiva, o alto custo dos aparelhos...
E
quando tudo parecia estar nos eixos, o inesperado: Rosa, a mãe de
Nádia, volta do nordeste e resolve levar a menina embora.
Não
se decepcione! A história não acaba aqui!
O
final é tão surpreendente quanto o resto do livro.
A
voz do silêncio é um livro inspirador. Um livro que nos
mostra como podemos ajudarmos mutuamente, como devemos valorizar a
vida, como aprender a conviver com as diferenças.
A
autora Giselda Laporta Nicolelis apresenta,
no decorrer da narrativa, muitas informações sobre surdez, exames,
tratamentos. Tudo com objetividade, clareza e um toque de consciência
e responsabilidade social.
É
claro que eu não vou contar como termina a história de Nádia.
Porém,
como sempre, deixo aqui um trechinho...
A
garota se esconde como um animalzinho arisco atrás da saia da mãe.
-
Como é seu nome? – pergunta Samara
-
Ela não fala. – Rosa, a faxineira, responde com um olhar triste.
-
Como assim, não fala?
-
Ah, dona Samara, a menina nasceu surda. Tá com seis anos e nunca
ouviu um som na vida. Nem a voz da própria mãe!
-
Como é o nome dela?
-
Nádia.
-
Que nome bonito! Você sabia que Nádia quer dizer “esperança”?
Sobre
a Autora
Giselda
Laporta Nicolelis nasceu em São Paulo, 27 de outubro
de 1938). Formou-se em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação
Social Cásper Líbero. Publicou sua primeira história em 1972 e o
primeiro livro em 1974. Foi então que descobriu seu verdadeiro
caminho: a literatura infantil e juvenil, crianças e adolescentes.
Hoje sua obra abrange mais de cem títulos, entre livros infantis e
juvenis, ficção, poesia e ensaio, publicados por dezenas de
editoras, com centenas de edições, e milhões de exemplares
vendidos. Exerceu também o jornalismo, em publicação dirigida ao
público infantil e juvenil, e trabalhou como coordenadora editorial,
em duas coleções juvenis. Sócia-fundadora do Centro de Estudos de
Literatura Infantil e Juvenil, cujo acervo se encontra atualmente na
Universidade de São Paulo, da União Brasileira de Escritores, do
Sindicato de Escritores do Estado de São Paulo e da Clearing House
for Women Authors of America. Entre
suas obras podemos destacar:
·
A esperança de Bob
As Portas do Destino
As Portas do Destino
·
A menina que queria ser bruxa
·
A toca do Edu e a copa
·
O segredo da múmia inca
·
Da cor do azeviche
·
O milagre de cada dia
·
Onde mora o arco-íris
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