quinta-feira, 14 de maio de 2015

Móveis em MDF podem causar câncer

Foi-se o tempo em móvel era sinônimo de madeira de lei. A exploração indiscriminada de madeira, associada à necessidade de criar alternativas mais baratas e viáveis para confecção de mobiliário fizeram surgir novas tecnologias: aglomerado, fórmica e MDF. 

A sigla MDF é a abreviatura de Medium-density fiberboard, que em português significa Madeira de Média Densidade. Este material é fabricado através da aglutinação de fibras de madeira com resinas sintéticas e outros aditivos e moldado em painéis lisos sob alta temperatura e pressão. Este processo de fabricação garante ao MDF boa consistência e algumas características bastante semelhantes às da madeira maciça, além de ser mais resistente do que a madeira aglomerada. Como suas fibras possuem uma distribuição homogênea, é possível conseguir acabamentos extremamente delicados e esteticamente mais agradáveis, pois é possível empregar acabamentos do tipo envernizado, pinturas em geral ou revestimentos com papéis decorativos, lâminas de madeira ou PVC. 

O sonho de qualquer arquiteto ou decorador não fosse por um pequeno, mais importantíssimo detalhe: a utilização de formaldeídos em sua fabricação. 

O formaldeído é um gás, à temperatura ambiente é incolor, inflamável, com odor muito irritante. É usado na indústria química em especial em plásticos, resinas, adesivos e embalsamamentos. Além disso, também é empregado em produtos de higiene pessoal e limpeza. 

Em concentrações acima do limite, o Formaldeído é classificado como carcinogênico humano e tem sido relacionado com câncer dos pulmões e nasal, além de possível câncer no cérebro e leucemia. O risco é 37% superior para o desenvolvimento de Linfoma de Hodgkin, mieloma múltiplo e leucemia mielóide. 

Pesquisas recentes o apontaram-no como responsável por aumentar em até 34% as chances de uma pessoa normal desenvolver esclerose lateral múltipla; chegando, naqueles que tiveram exposição superior a 10 anos, a tornar as chances até quatro vezes maior. 

A coisa é tão séria que já existem muitos estudos que comprovam essas cruéis estatísticas, gerando a obrigatoriedade de uma classificação quanto à liberação da quantidade de formaldeído. 

As classificações do MDF quanto à liberação de formaldeído, de acordo com Normas internacionais, e mesmo pela própria ABNT (NBR-14810-2), são: E1; E2 e E3. Os mercados Europeu, americano e japonês utilizam a classificação E1, de baixa liberação (inferior ou igual a 8mg HOCH/100mg de amostra seca). Porém, o mercado japonês já busca reduzir ainda mais esses valores, falando-se até em painéis de MDF do tipo E0 e super E0, com emissões respectivamente de até 0,012mg/L e 0,010mg/L. 

Já no Brasil, chocantemente, ainda se utilizam as classificações E2 (média liberação: maior que 8 e inferior ou igual a 30mg HOCH/100 mg de amostra seca) e E3 (alta liberação: maior que 30 e inferior ou igual a 60mg HOCH/100 mg de amostra seca), AMBAS PROIBIDAS nos Estados Unidos, o que nos causa perplexidade diante do total descaso com a saúde humana, e total ausência do poder público sanitário para coibir esse absurdo. 

Portanto se você possui em sua residência, escritório ou comércio móveis em MDF fique atento. Verifique se apresenta algum desses sintomas: 

Irritação dos olhos, nariz e garganta 

Lacrimação 

Queimadura no nariz 

Tosse 

Espasmos bronquiais 

Irritação pulmonar 

Dermatite. 

Em caso afirmativo, procure imediatamente um médico.

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