quinta-feira, 2 de julho de 2020

Proibição do casamento gay é aprovada em reforma da Constituição Russa


Ontem os russos foram às urnas votar em um referendo que institucionalizaria uma série de emendas constitucionais. A última vez que os russos votaram para alterar sua constituição foi em 1993. 

Um dos tópicos que fazia parte desse pacote de alteração da carta magna russa era a definição jurídica do que seria considerado casamento pela lei russa: apenas a união entre um homem e uma mulher.

Mas o matrimonio como instituição heterossexual não foi a única medida que nos surpreendeu. Entre os outros pontos constantes na alteração constitucional, estavam  a inclusão da "fé em Deus" e princípios sociais como a garantia do salário mínimo e a revisão das pensões de acordo com a inflação.

O pacote apresentado aos cidadãos russos enquadrava as alterações como recentes na Rússia, abordando temáticas sobre "valores familiares tradicionais", afirmando "o casamento como uma união de homem e mulher,  frisando o respeito pelos filhos aos mais velhos e a confiança e cuidado de todas as gerações de uma família."

Tudo muito estranho, especialmente em se tratando de um país com ideologia comunista. Não foi a toa que o governo tentou agradar o povo.

O referendo, aparentemente destinado a restaurar a "proteção da família", também alterou a constituição da Rússia, para que o presidente Vladimir Putin pudesse se manter no poder até 2036. 

Putin propôs as emendas em março, enfatizando apenas a parte sobre o casamento como uma "união de um homem e uma mulher", e as novas referências oficiais a "ancestrais que nos legaram seus ideais e crença em Deus."

Os materiais promocionais do pacote de alterações constitucionais ocultaram o fato de que a presidência de Putin seria efetivamente prorrogada por mais duas décadas.

Perpetuar Putin no poder era o real objetivo do referendo.

A reforma constitucional foi validada por 77,92% dos eleitores russos.


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