Com o Parlamento Europeu ameaçando bloquear um acordo de investimento com a China, tendo como justificativa a perseguição aos muçulmanos em Xinjiang, as ondas de choque lançadas pela repressão de Pequim em Hong Kong e o debate sobre a política do próximo governo dos EUA para a China esquentando, essa com certeza é uma péssima hora para Pequim dar início a outra grande disputa internacional sobre direitos humanos e investir na perseguição aos cristãos.
Mas, fugindo de qualquer lógica, os legisladores chineses tornaram prioridade esmagar a dissidência doméstica, deixando de lado a preocupação com a imagem internacional do país. Esta é uma má notícia para os cristãos da China, que enfrentam hostilidade crescente de um partido governante que até alguns anos atrás estava disposto a fechar os olhos para a proliferação de “igrejas domésticas” não oficiais em todo o país.
Essa era de tolerância coincidiu com uma das maiores expansões do Cristianismo nos últimos 2 mil anos. De um número estimado de três milhões de crentes no final da Revolução Cultural, o número de protestantes na China agora é estimado em mais de 100 milhões, com outros 10 milhões a 12 milhões de católicos. O governo chinês não admite esses números e registra um número implausível de apenas 38 milhões de protestantes. Em 2018, o Centro de Religião e Sociedade Chinesa de Purdue declarou que o número de protestantes na China seria algo entre 93 e 115 milhões de cristãos.
Grande parte do crescimento do números de adeptos da fé cristã ocorreu a partir de 2010, e algumas projeções sugerem que até 2030 a China poderá ultrapassar os Estados Unidos com a maior população de cristãos do mundo.
Esta é uma das poucas competições entre os EUA e a China, que os comunistas não querem vencer.
O controle estatal chinês vem coibindo e atacando a fé cristã. As igrejas são cada vez mais alvos da repressão à liberdade de expressão. Algumas foram demolidas; outras foram “secularizadas” à medida que as autoridades locais destruíam símbolos religiosos como cruzes. As autoridades agora estão exigindo a instalação de câmeras para monitorar o comportamento dos fiéis e os sermões dos pastores. Há relatos de igrejas católicas sendo forçadas a substituir as fotos da Virgem Maria por retratos de Xi Jinping.
Ainda assim, os cristãos chineses seguem firmes, confiantes na sua fé inabalável e no poder das bençãos de Deus. Algo que um comunista jamais irá compreender.
*Com informações do Wall Street Jornal
FOTO: JEROME FAVRE / SHUTTERSTOCK
Adoradores cristãos cantam hinos para expressar sua oposição à lei de extradição em Hong Kong, 14 de junho de 2019
Nenhum comentário:
Postar um comentário