segunda-feira, 12 de maio de 2025

Bahia lidera número de assassinatos de mulheres no país


Entre 2013 e 2023, cerca de 48 mil mulheres foram assassinadas no Brasil, segundo o Atlas da Violência, divulgado nesta segunda-feira, 12 de maio. Desse total, 4.722 vítimas estavam na Bahia. O estado liderou o ranking nacional de homicídios de mulheres entre 2020 e 2023, com 1.781 casos registrados no período. Os dados são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

Em 2023, último ano do levantamento, o estado baiano registrou 463 homicídios femininos, o que representa um aumento de 12,7% em comparação a 2022.

No Brasil, a violência letal contra as mulheres ainda é uma violência que majoritariamente acontece no contexto doméstico. Não por coincidência, pesquisas vêm mostrando, ao longo dos anos, que a casa é o lugar menos seguro para a mulher. Dados de registros policiais publicados no 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública evidenciam que nos casos de feminicídio, 64,3% dos eventos aconteceram dentro de casa.

Neste ano, por exemplo, três mulheres foram vítimas de assassinato em apenas cinco dias, entre os dias 12 e 16 de abril. No dia 12, Maura Santos de Jesus, 45 anos, foi morta a tiros em Conceição do Jacuípe, no centro norte da Bahia, na frente do filho de 11 anos. O suspeito de efetuar os disparos, identificado como Mário Pereira de Brito, tirou a própria vida após cometer o crime.

No dia 14 de abril, Catarine de Souza Cerqueira, 27, foi morta a facadas na Rua Barbacena, em São João do Cabrito, no Subúrbio de Salvador. A vítima foi assassinada na frente dos filhos de 3 e 7 anos. O suspeito do crime é ex-companheiro dela, identificado como Paulo Sérgio Santos Cerqueira, que foi preso dois dias depois.

No dia 16 de abril, a manicure Jaqueline Viana Moura, 43, foi encontrada morta com sinais de estrangulamento dentro da própria casa, no Bairro da Paz, em Salvador. O namorado de Jaqueline, que não teve a identidade revelada, era o principal suspeito. Ele foi espancado pela população, socorrido para uma unidade hospitalar, mas não resistiu e morreu.

Desde a entrada em vigor da Lei do Feminicídio, há dez anos, a Bahia somou 810 assassinatos de mulheres motivados por ódio. A legislação, que passou a valer em março de 2015, estabeleceu esse tipo de crime como uma circunstância qualificadora do homicídio. Em 2023, a norma passou por uma mudança importante ao reconhecer o feminicídio como crime com pena própria. Ainda assim, a violência persiste: só neste ano, ao menos 24 mulheres já foram mortas por motivação de gênero.

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