segunda-feira, 14 de julho de 2025

Vereadora Marcelle Moraes cobra ação do governo da Bahia contra abandono de cães e alerta para riscos ao agro e à saúde pública


A vereadora de Salvador Marcelle Moraes (União Brasil) fez duras críticas à ausência de políticas públicas do governo estadual voltadas para o controle populacional de cães no interior da Bahia. Em entrevista ao Projeto Prisma, podcast do jornal Bahia Notícias, ela denunciou a falta de programas permanentes de castração e cobrou transparência nos convênios firmados com ONGs, apontando a ineficiência das ações atuais.

"O que tem é um convênio com uma ONG de uma ex-vereadora para, teoricamente, castrar uns animais aí. Mas cadê? Relatório, transparência? O dinheiro só entra. Eu não vejo aplicabilidade nenhuma", afirmou a parlamentar.

Marcelle também alertou para a formação de matilhas de cães abandonados, que segundo ela já causam impactos no interior, atingindo não só a segurança das pessoas, mas também o setor agropecuário.

"Os caninos andam em matilha. Ainda mais esses soltos na rua. Se a gente não castrar, eles vão matar caprinos, bovinos, pato, galinha. Vai começar a atingir o agro. E aí vem também risco de raiva, porque um animal mordido por morcego pode facilmente transmitir para outro animal", disse Marcelle.

A vereadora defende a implantação de um programa estadual de castração contínuo, com alcance nos 417 municípios baianos, como forma de combater o crescimento desordenado da população de cães e evitar o retorno de práticas cruéis como o recolhimento indiscriminado e a eutanásia.

“Se não castrar, de 20 vira 500. Aí, daqui a pouco, vão querer trazer de volta a carrocinha de antigamente. E isso eu não vou aceitar", declarou a vereadora.

Além de defender projeros de castração e assistência animal em todo o estado, a vereadora afirmou que considera prioridade para Salvador a criação de uma casa de acolhimento voltada para protetores de animais. Segundo ela, o equipamento é necessário para garantir o suporte a quem cuida dos bichos e enfrenta dificuldades por conta da atividade.

“Eu preciso dessa casa de protetores de animais, de acolhimento. Não dá para pensar em proteção animal sem pensar em quem cuida dos animais”, disse a parlamentar.

De acordo com Marcelle, os protetores da capital, em sua maioria mulheres, mantêm dezenas de animais em casa e acabam sobrecarregados, muitas vezes sem apoio da família ou da comunidade.

“A vizinhança reclama do fedor, do barulho e começa a envenenar os animais. O protetor é isolado, a família se afasta, o marido larga, os filhos somem. Só fica a pessoa, sozinha, cuidando de 200 animais, sem tempo para trabalhar, vivendo de auxílio”, relatou Marcelle.

A vereadora também pontuou que, sem estrutura, alguns desses protetores acabam desenvolvendo problemas psicológicos e entram em situação de acumulação. 

“A psicologia explica: a falta de algo sentimental leva para a fuga, seja pela comida, pela bebida ou pelos animais. E aí começa a acumular sem controle.”, explicou Marcelle.

Segundo Marcelle, a criação da casa de acolhimento permitiria oferecer suporte social e psicológico aos protetores, além de organizar melhor o trabalho de cuidado aos animais em Salvador.

Com forte atuação na causa animal, Marcelle Moraes é uma das vereadoras mais votadas de Salvador, reeleita com expressiva votação. Sua trajetória política é marcada por projetos voltados à proteção animal, combate aos maus-tratos e promoção da saúde pública veterinária, como a ampliação de mutirões de castração, criação de campanhas educativas e a luta pela implantação de hospitais públicos veterinários. Reconhecida por seu ativismo, Marcelle se consolidou como referência na pauta animalista dentro e fora da capital baiana.

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