Este é o último livro que compõe a saga das cinco irmãs Walsh: Claire, Margaret, Rachel, Anna e Helen.
Como toda fã encantada por sua autora favorita, sofri absurdos até o lançamento desse livro.
O
motivo?
Este
é o livro que conta a história de Helen Walsh, a irmã caçula, mal
humorada, endiabrada, sarcástica, teimosa, maluca, sem educação,
engraçada, bonita e despreocupada com a vida.
Ela
é a preferida de muitos leitores, pois além de amalucada é dona de
um senso de humor ácido e estiloso. É impossível ler qualquer
livro com as Walsh e não morrer de rir com os comentários
sarcásticos de Helen.
No
começo da narrativa Helen não vive um bom momento: muitas dívidas,
nenhuma amiga. O trabalho como detetive particular vai mal, o
apartamento foi tomado por falta de pagamento.
Sem
emprego, porque a Irlanda passa por um período de recessão e não
há dinheiro para gastar com detetives particulares; ela se vê
obrigada a voltar para a casa dos pais, onde Mamãe e Papai Walsh,
com seu humor mordaz, recebem a caçulinha da maneira que lhes é
peculiar.
No
meio de toda essa crise surge Jay Parker, um ex- namorado, charmoso,
super atrapalhado e cheio de dinheiro, com uma proposta de trabalho:
encontrar Wayne Diffney, um músico desaparecido, componente de uma
antiga boy band de sucesso, a Laddz. Precisando do dinheiro, ela se
vê forçada a aceitar, o que causa uma confusão em sua cabeça ao
conviver com o ex, relembrar o passado, debater os problemas da
antiga relação e ainda acalmar o atual namorado Artie, um cara mais
maduro, investigador, pai de três filhos e diga-se de passagem um
partidão.
Ao
tentar seguir suas próprias regras, Helen é arrastada para o mundo
complexo, perigoso e glamoroso do showbiz.
O
que é surpreendente no livro é fato de que a heroína, tão cheia
de si e dona do seu próprio nariz, sofre de depressão em grau
avançado. Ela faz terapia, toma medicação controlada e ainda assim
se sente impotente para lhe dar com a doença.
Isso
mesmo!
Nos
deparamos com uma mulher que passou dos 30, bem mais madura, com
problemas sérios e tendências suicidas super graves, que faz
tratamento com psiquiatras, é dependente de remédios e mais
remédios, além de Coca zero...
É
justamente abordando um assunto tão complexo e ainda muito pouco
compreendido como a depressão, que Marian Keyes demonstra toda a sua
habilidade em tratar temas controversos, com a mesma maestria com que
abordou a violência contra a mulher em CHEIO
DE CHARME, drogas em FÉRIAS,
morte em TEM ALGUÉM AÍ? e o
estupro em A ESTRELA MAIS BRILHANTE.
Paralela
a história de Helen, surgem na narrativa os dilemas de outros
personagens.
Várias
histórias se entrelaçam e muitas vezes somos levados a imaginar um
caminho, quando na verdade a condução nos levará a outro
totalmente diferente.
Todos
os personagens secundários, como os músicos da Laddz, a misteriosa
e exótica Zeezah, os vizinhos da Mercy Close, os médicos e
terapeutas, foram construídos com primor. O leitor consegue imaginar
cada um, cada estilo.
É
claro que nossa Helen consegue desvendar o caso e descobrir onde
Wayne está.
Isso
não vou contar porque estraga a surpresa.
Mas
vale dar uma dica: se você souber ler nas entrelinhas, descobrirá
antes do desfecho onde o músico está. Juro!
Vale
também chamar a atenção do leitor para as máximas hilárias e
impagáveis como:
-
Mas ele andava chorando!
-
Às vezes os homens choram, isso não é ilegal. (página 275)
Favores
são como dinheiro vivo: Não podem ser gastos com coisas inúteis.
(página 199)
Irresistível,
comovente e muito engraçado, Chá de sumiço
é diferente de todos os romances do gênero, e a
protagonista – corajosa, vulnerável e dona de uma língua
afiadíssima – é a heroína perfeita.
Sobre a autora
Marian
Keyes é irlandesa e morou em Londres durante doze anos.
Estudou na Universidade de Dublin, onde se formou em 1984. Hoje é
uma das autoras de maior sucesso no Reino Unido, tendo vendido a peso
de ouro os direitos de publicação de seus livros para o mundo
inteiro. Chá de Sumiço é o seu décimo primeiro romance lançado
no Brasil. Melancia, Férias!, Sushi,
Casório?!, É Agora... Ou Nunca, Los Angeles, Cheio de Charme, Tem
alguém?, Um best-seller pra chamar de meu e A estrela mais
brilhante publicados pela Bertrand, atingiram um
público de milhares de leitores. Suas obras já foram traduzidas
para mais de vinte idiomas, sempre se destacando nas listas dos mais
vendidos. Atualmente, Marian Keyes vive em Dublin com o marido.
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