domingo, 7 de novembro de 2021

O resgate do papel da mulher através da valorização da maternidade

Vivemos em uma época em que a influência anti-maternal do feminismo moderno está atingindo seu apogeu. O resultado, celebrado principalmente por ateus e neo-pagãos, é um inverno demográfico, efeito das taxas de natalidade mais baixas do que o necessário para manter a população de uma sociedade.

Felizmente, mulheres hoje se deparam com algo quase tão poderoso quanto o instinto maternal: a reação contra o feminismo. Pessoas em todos os lugares estão admitindo um crescente desconforto com uma visão de mundo que, insistentemente, propaga a ideia de que as mulheres devem lutar até mesmo pela emasculação dos homens.

Neste cenário vemos a ascensão da maternidade como a forma de resgate da essência feminina, uma resposta a toda ideologia alucinada que prega a masculinização da mulher como forma de igualdade de gênero.

É verdade que você pode escolher não ter filhos e ainda assim ter uma vida plena de outras maneiras. Porém, a maioria das mulheres acalenta o desejo de gerar a vida, de ser mãe. Sonhar com filhos é natural, faz parte da nossa própria necessidade de nos perpetuarmos neste mundo, de deixarmos nossa herança, nossa marca.

Faz tempo que esse sonho tão comum às mulheres, vem sendo depreciado. Ao longo dos anos sutis sementes foram lançadas com a intenção maligna de ridicularizar a maternidade,  transformando a essência feminina. Primeiro se buscou dissociar a mulher dos ideais emocionais, da pureza, da feminilidade, da estruturação do lar.  Vemos frequentemente como escolas, a cultura pop e mesmo nossas vidas sociais – agem para propagar a ideia de que a mulher idealizada pela mídia, executiva ou profissional liberal, é de alguma forma superior à mulher que se muda para uma cidade pequena com o homem que ela ama. 

Mas em meio a essa loucura e esse desastre há esperança. Mulheres e homens estão começando a perceber que a maternidade é uma vocação nobre. Um novo cenário que até a pouco tempo não poderia nem ser imaginado. 

O caminho da redescoberta da maternidade como elemento primordial na restauração da figura feminina tem sido o mais indicado para a recuperação do equilíbrio social através da estabilização da estrutura familiar. Não é fácil. E nessa jornada, mergulhamos em desafios gigantescos. Nesse universo, um simples olhar de soslaio para as mães que ficam em casa, especialmente aquelas com muitos filhos, é ato preconceituoso normal para os seguidores dos teóricos da revolução sexual. A discriminação é daí para pior. Afinal são anos de propagação de mensagens subliminares, de conceitos sendo espalhados por osmose através de programas, seriados de TV, filmes, livros e revistas. 

Um olhar de “rabo de olho” é gesto corriqueiro, em uma sociedade que ao longo de décadas se viu imbuída em rotular como fracassadas as mulheres que optaram por viver plenamente a maternidade. O resultado disso é que mesmo que muitas mulheres se sintam bem com as escolhas que fizeram, lá no fundo, uma parte considerável ainda anseia por uma validação externa.

Fazer a escolha de aproveitar ao máximo os filhos em uma determinada época específica da vida é uma decisão muito consciente e poderosa. De certa forma, é preciso mais coragem para resistir às recompensas financeiras e à adulação que vem de uma carreira profissional para buscar algo tão culturalmente desvalorizado como a maternidade e os deveres de uma dona de casa. Optar por algo que te remete às raízes da estrutura familiar, por incrível que pareça, pode levar a mais julgamentos do que se a mulher decidisse fazer um protesto nua em praça pública. Isso é consequência direta do viés feminista que se infiltrou em praticamente todas as áreas de relação social.

A maioria das mulheres ignora por completo a história do feminismo. Esse movimento se caraterizou ao longo do tempo por ter tido três momentos distintos, três ondas.

A primeira onda do movimento feminista aconteceu a mais de um século. As pioneiras desse movimento trabalhavam dentro do que poderíamos classificar como uma cosmovisão bíblica. Muitas eram cristãs comprometidas. Elas eram as chamadas feministas maternas. Maternas devido ao fato de que as características maternas foram empregadas para restaurar as mulheres ao seu papel de nutridoras de famílias. Feministas porque resistiram às estruturas dominadas pelos homens para resgatar mulheres e crianças de fábricas exploradoras.

A segunda onda feminista ocorreu em meados do século 20. As representantes desse momento podem ser classificadas como humanistas seculares. Elas afirmaram a dignidade da feminilidade, mas ridicularizaram o papel único das mulheres como mães. Elas procuraram reverter as vitórias das feministas maternas descartando a maternidade pelo mercado, a família pelo sexo livre, a maternidade pelo aborto, passos fundamentais quando levarmos em conta o direcionamento pretendido por essa onda do movimento: a destruição da estrutura familiar, através da aniquilação dos papéis feminismos e masculinos.

No final do século 20, o feminismo entrou em sua terceira onda, que continua liderando o declínio da sociedade até os dias atuais. As “feministas” dessa terceira onda são chamadas de igualitárias radicais. Elas propagam a transcendência da sexualidade como forma de liberdade, como ideal a ser alcançado por toda a humanidade. Seu objetivo é a androginia, apagando todas as distinções entre masculinidade e feminilidade e concretizando assim o objetivo de destruição definitiva do conceito de família como célula mãe da sociedade. Na busca pelo alcance desse macabro ideal, o aborto, incesto, pedofilia, zoofilia e análogos são vistos e aceitos como “novo normal”.

O filósofo pós-moderno francês Michel Foucault (1926-1984) pode ser considerado o pai da androginia. Na sua tortuosa concepção, a sexualidade é uma escolha de estilo de vida: a pessoa escolhe ser heterossexual, homossexual, bissexual, travesti, transgênero ou pedófilo. Tal teoria traz em si algo diabólico: o licenciamento de condutas independentemente de qualquer convenção social, costumes e até mesmo das leis.

Talvez ninguém promova e modele tanto essa teoria quanto Madonna, ícone da música pop. A cantora é capaz de identificar-se com a virgem mãe de Cristo, mas ainda assim ostentar centenas de parceiros sexuais. Outro exemplo desse modelo é o falecido Michael Jackson, que gradualmente se transformou em um ser andrógeno através de inúmeras cirurgias e procedimentos estéticos. Madonna moldou sua personalidade; Jackson esculpiu seu corpo. Esses e outros ícones pops, utilizando-se de seu estilo de vida e da influência e alcance de instrumentos midiáticos como a MTV, estão chamando jovens de todo o mundo para uma ordem andrógina, fomentando o surgimento de uma sociedade sem papéis definidos, onde homem e mulher são aniquilados e substituídos por seres assexuados.



Em agosto tive a honra de participar de uma reunião com o escritor norte-americano Darrow Miller, a Ministra Damares Alves, a secretária-executiva Viviane Petinelli e várias lideranças conservadoras do Brasil. Na ocasião debatemos exatamente o tema que abordei neste artigo: O resgate do papel da mulher através da valorização da maternidade. Foi uma oportunidade ímpar para quem acredita que podemos sim recuperar valores essenciais para o restabelecimento do equilíbrio social através da estruturação da família. Agradeço a querida Lícia Melo pelo convite.

Precisamos resgatar a essência feminina. Feministas maternas sabiam que a nação só poderia prosperar se a família fosse forte. As feministas de hoje se esqueceram de que "A mão que balança o berço governa o mundo." Para que a família seja restaurada, o trabalho essencial da mulher para nutrir e educar a próxima geração de líderes deve ser reconhecido e aplaudido. É através da valorização da maternidade que reestruturaremos a família. Mulheres que priorizam a criação de seus filhos não têm motivos para se sentir inadequadas. E não há absolutamente nada do que se arrepender; há tudo para amar e desfrutar. Elas têm nosso maior recurso natural em suas mãos: o futuro dos filhos.

A mulher de hoje representa uma mulher pró-vida e pró-família que desafia corajosamente uma nova geração de mães que disponham das mesmas virtudes.

O mundo precisa de mulheres que adotem a maternidade como base para uma sociedade saudável, mães que defenderão seus filhos em casa e na arena pública e nos conduzirão de volta ao casamento e à família como a raiz de uma ordem social saudável.

Aproveito a oportunidade para parabenizar a Ministra Damares Alves pelo excelente trabalho à frente do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Sob o comando dessa mulher guerreira, as pautas ligadas a essas pastas estão realmente avançando em nosso país.  Parabenizo também a Secretária Nacional da Família, a grande jurista e advogada Angela Vidal Granda Martins por dirigir dessa batalha em prol do resgate da família. Não poderia deixar de parabenizar também Viviane Petinelli, Secretária Executiva Adjunta pelo excelente trabalho que tem feito no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Mulheres de fibra! Mulheres brasileiras!

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom‼️ É preciso esclarecer para as mulheres o que está por trás das “chamadas” ao feminismo!
A preservação da família como base da sociedade não pode resvalar para o esquecimento.

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