Ao abrirmos uma revista feminina como “Nova”, “Cláudia”, “Criativa”, não vislumbramos nada além do nosso interesse por uma informação especifica. Hoje os veículos impressos direcionados ao público feminino, são editados e escritos por mulheres. Uma coisa de mulher para mulher (com raríssimas exceções).
Nem sempre foi assim. Relegadas a outro plano a mulher dos séculos passados tinha sua “voz” literária reprimida.
Nos séculos XVI e XVII, poucas mulheres eram alfabetizadas, por conseguinte, poucas escreviam. Antes da metade do século XIX, apenas uma mulher publicou seus escritos, seus versos: Ângela do Amaral Rangel. Cega desde que nasceu, Ângela participou da Academia dos Seletos, escrevendo romances e sonetos.
Nem sempre foi assim. Relegadas a outro plano a mulher dos séculos passados tinha sua “voz” literária reprimida.
Nos séculos XVI e XVII, poucas mulheres eram alfabetizadas, por conseguinte, poucas escreviam. Antes da metade do século XIX, apenas uma mulher publicou seus escritos, seus versos: Ângela do Amaral Rangel. Cega desde que nasceu, Ângela participou da Academia dos Seletos, escrevendo romances e sonetos.
Apesar disso poucos sabem que o primeiro romance escrito por um brasileiro nato foi de autoria de uma mulher: Teresa Margarida da Silva Orta. Como título de “Aventuras de Diofones”, o livro foi publicado em 1752.
No caso dos veículo de comunicação a história não foi diferente. A mulher daquela época lia apenas periódicos escritos por homens, que julgavam saber quais eram os interesses e gostos femininos. Isso mesmo! Eles ditavam o que deveria interessar às mulheres.
Foi no século XIX que a imprensa feminina passa a ter um papel relevante. Isso foi conseqüência da circulação de diversos periódicos.
Estes jornais e revistas tinham como norte a educação da mulher. Neles era comum encontrarmos dicas de higiene, comportamento e decoração. Mesmo dotados de uma conotação um tanto quanto machista, são estes periódicos que abrem espaço para as manifestações literárias femininas.
Com nomes curiosos como: “Jornal das Senhoras”, “Direito das Damas” e “O quinze de novembro feminino”, a imprensa dedicada à mulher mostrava o quanto ela estava segregada da realidade.
Não havia se pensado em uma imprensa masculina porquê toda ela era feita pelo homem e para o homem.
Poderia falar de qualquer veículo feminino. Mas nenhum deles foi tão importante quanto a revista “A Mensageira”. Circulando em São Paulo, entre 1897 e 1900, a revista trouxe à tona as relações da mulher oitocentista com as ideologias do nacionalismo imperante em sua época.
Em um primeiro momento, “A Mensageira” foi um veículo de divulgação da literatura. Depois passou a ser dedicada à mulher. Estabeleceu-se um vínculo tão recíproco entre as leitoras e o periódico que as mulheres passaram a relatar suas vidas, pedir conselhos, colaborar com textos. Em contrapartida, a revista publicava seus escritos, sob pseudônimos.
Não raros eram os artigos, crônicas e textos que expressavam paradoxalmente pontos de vista distintos sobre o papel da mulher na sociedade da época. Isso porém não desmerece a revista, apenas enriquece a exposição do delicado problema de formação do eu feminino, tendo em vista as expectativas sociais inerentes àquele período.
Várias poetisas brasileiras colaboravam com a revista, entre elas Amélia de Oliveira, Auta de Souza, Georgina Teixeira, Júlia Cortines e Narcisa Amália. Tal qual musas mitológicas, elas presenteavam suas leitoras com pérolas como esta:
Daquela época até os dias atuais, um longo caminho foi percorrido. Tornar explícita, clara e contundente a “fala feminina” foi um verdadeiro desafio. Porém, o mais desafiador é permanecer nesta caminhada, sempre lutando para sermos ouvidas.
Lembrando sempre que para isso não é necessário nos tornarmos o “masculino”. Devemos continuar sendo plenas em nossa essência, em nossa feminilidade.
A grande batalha, por fim consiste em sermos nós mesmas, e que nossa “fala” nunca deverá tornar-se a “fala” oculta, a “fala” a menos.
No caso dos veículo de comunicação a história não foi diferente. A mulher daquela época lia apenas periódicos escritos por homens, que julgavam saber quais eram os interesses e gostos femininos. Isso mesmo! Eles ditavam o que deveria interessar às mulheres.
Foi no século XIX que a imprensa feminina passa a ter um papel relevante. Isso foi conseqüência da circulação de diversos periódicos.
Estes jornais e revistas tinham como norte a educação da mulher. Neles era comum encontrarmos dicas de higiene, comportamento e decoração. Mesmo dotados de uma conotação um tanto quanto machista, são estes periódicos que abrem espaço para as manifestações literárias femininas.
Com nomes curiosos como: “Jornal das Senhoras”, “Direito das Damas” e “O quinze de novembro feminino”, a imprensa dedicada à mulher mostrava o quanto ela estava segregada da realidade.
Não havia se pensado em uma imprensa masculina porquê toda ela era feita pelo homem e para o homem.
Poderia falar de qualquer veículo feminino. Mas nenhum deles foi tão importante quanto a revista “A Mensageira”. Circulando em São Paulo, entre 1897 e 1900, a revista trouxe à tona as relações da mulher oitocentista com as ideologias do nacionalismo imperante em sua época.
Em um primeiro momento, “A Mensageira” foi um veículo de divulgação da literatura. Depois passou a ser dedicada à mulher. Estabeleceu-se um vínculo tão recíproco entre as leitoras e o periódico que as mulheres passaram a relatar suas vidas, pedir conselhos, colaborar com textos. Em contrapartida, a revista publicava seus escritos, sob pseudônimos.
Não raros eram os artigos, crônicas e textos que expressavam paradoxalmente pontos de vista distintos sobre o papel da mulher na sociedade da época. Isso porém não desmerece a revista, apenas enriquece a exposição do delicado problema de formação do eu feminino, tendo em vista as expectativas sociais inerentes àquele período.
Várias poetisas brasileiras colaboravam com a revista, entre elas Amélia de Oliveira, Auta de Souza, Georgina Teixeira, Júlia Cortines e Narcisa Amália. Tal qual musas mitológicas, elas presenteavam suas leitoras com pérolas como esta:
“Quando intento livrar-me no espaço,
As rajadas em tétrico abraço
Me arremessam a frase – Mulher!”
Narcisa Amália
Daquela época até os dias atuais, um longo caminho foi percorrido. Tornar explícita, clara e contundente a “fala feminina” foi um verdadeiro desafio. Porém, o mais desafiador é permanecer nesta caminhada, sempre lutando para sermos ouvidas.
Lembrando sempre que para isso não é necessário nos tornarmos o “masculino”. Devemos continuar sendo plenas em nossa essência, em nossa feminilidade.
A grande batalha, por fim consiste em sermos nós mesmas, e que nossa “fala” nunca deverá tornar-se a “fala” oculta, a “fala” a menos.