O Censo Demográfico 2022, divulgado pelo IBGE, trouxe um retrato doloroso da realidade brasileira: 34.202 crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos vivem em união conjugal no país.
Embora representem apenas 0,04% dos 90,3 milhões de pessoas casadas ou em união estável, o dado mostra que o casamento infantil ainda é uma ferida aberta no Brasil.
A maioria dessas uniões — 86,6% — são consensuais, ou seja, sem registro civil ou religioso. Esse tipo de relação também predomina entre adolescentes de 15 a 19 anos, faixa que soma 982 mil jovens em uniões informais.
Somando as duas faixas etárias, são 1,1 milhão de crianças e adolescentes entre 10 e 19 anos vivendo como “casados” — a maioria em uniões ilegais e fora da proteção da lei.
No Brasil, o casamento com menores de 16 anos é proibido desde 2019, justamente para combater o casamento infantil e a violência sexual.
Os estados com mais casos são: São Paulo (173 mil), Minas Gerais (106 mil) e Bahia (101 mil).
Esses números escancaram uma dura realidade: milhares de meninas estão sendo privadas da infância, da escola e de um futuro digno.
O combate ao casamento infantil precisa ser prioridade — por justiça, por educação e por proteção.

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